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Preterido em ministério, líder do União Brasil defende independência no Congresso

Escolha de indicados do partido para a Esplanada dos Ministérios gerou crise com governo eleito

Líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA)Líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA) - Foto: Pablo Valadares / Câmara dos Deputados

O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse nesta quinta-feira (29) ao GLOBO que o partido não fará parte da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nome da bancada e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para ocupar a pasta de Integração Nacional, ele foi vetado por Lula após forte pressão do PT da Bahia.

A escolha de nomes do União Brasil para a Esplanada dos Ministérios gerou uma crise do governo eleito com as bancadas da legenda no Congresso. Antes da indicação dos últimos 16 ministros por Lula — três devem ser apontados pela sigla —, Elmar falou sobre o comportamento esperado do partido em 2023.

"O que for bom para o Brasil e ruim para o PT, a gente vota contra. A posição do partido é de independência. As indicações não são partidárias, são convites pessoais do presidente Lula. Não há indicação de executiva, de filiados. As votações, na Câmara e no Senado, vão mostrar a independência", disse Elmar.

Horas antes da posse, ainda havia indefinição sobre quem seria formalizado no ministério pelo União. Integração Nacional, pasta responsável pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), irrigada nos últimos anos pelo orçamento secreto, deve ser ocupada pelo ex-governador do Amapá Waldez Góes, que sequer é filiado pelo União. Sua indicação, contudo, foi mediada pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).

Daniela do Waguinho (União-RJ) e Juscelino Filho (União-MA), eram cotados para assumir, respectivamente, Turismo e Comunicações.

Desde quarta-feira, quando foi comunicado o veto, Elmar saiu de Brasília e foi debater o cenário político com Lira em Alagoas. A rejeição do representante da bancada na Câmara foi vista como um "desrespeito" e uma "afronta" à legenda, que já tinha dificuldades para construir apoio incondicional ao governo eleito.

Na prática, deputados falam que Lula entregou três ministérios à legenda, mas terá apoio capenga no Congresso.

Na avaliação de integrantes da bancada do União Brasil, o presidente eleito terá de “rebolar muito” para conseguir votos dos deputados do União. Com os ministérios que Lula está dando ao partidos, o presidente eleito terá apoio da bancada do União no Senado, mas não garante unidade da bancada da Câmara.

Deputados do União afirma que a legenda, com exceção de Integração Nacional, ficou com pastas pequenas e sem relevância.

A leitura é que Turismo, por exemplo, tem orçamento ruim e baixo impacto político. E que trabalha mais em campanhas para atrair visitantes ao Brasil. Enquanto Ministério das Comunicações é considerada uma pasta esvaziada com a retirada da Secretaria de Comunicação, que deverá ficar com o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e ter caráter de ministério.

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