PSDB sapeca 'nem vem que não tem' a Guedes e Bolsonaro
Ordem na sigla, agora, é reagir e não se encabular
A ordem atual no PSDB é reagir. Aquela tese de que o partido se encabulou no debate não deve mais prevalecer, se depender da direção da legenda. Presidente nacional da sigla, Bruno Araújo não hesitou em subir o tom diante de críticas subsequentes do ministro Paulo Guedes à social democracia. Em nota, ao defender "o legado social-democrata do PSDB para o Brasil", argumentou que, enquanto o PSDB era chamado de neoliberal, o presidente Bolsonaro votava com o PT contra o Plano Real, contra a reforma da Previdência, por mais privilégios aos setores corporativos, e defendia ditadura". Então, grifou que o texto da principal medida do governo, a Reforma da Previdência, "foi conduzido pelo ex-deputado Rogério Marinho, aperfeiçoado na Câmara por Samuel Moreira e que será relatado no Senado por Tasso Jereissati". Guedes já tinha tocado no assunto outras vezes, mas Bruno não havia assumido ainda o comando da legenda. O ministro repetiu. Bruno, então, rebateu e já havia anotado que a tese de Guedes faz parte do documento oficial dos 200 dias de governo. Bruno rejeita duramente que se gere uma confusão entre PT e PSDB. Ao final da nota, Bruno cravou: "Social Democracia não é PT. Não somos PT". A regra no tucanato, agora, é fazer os enfrentamentos com o extremismo, seja da direita ou da esquerda, tornando clara a separação do Bolsonarismo, o que acabou reforçado pelas críticas recentes do governador João Dória ao presidente em relação ao trato dispensado aos governadores do Nordeste. Ontem, Doria voltou a criticar a "beligerância" e cobrou "paz e harmonia". Candidato ao Planalto em 2022, o tucano vai se descolando e afastando qualquer alinhamento com Bolsonaro.