PT antecipa o jogo de 2026 e lança o presidente Lula à reeleição. Confira
O documento também contém críticas indiretas ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, indicado pelo presidente
Faltando ainda três anos para a sucessão presidencial, o PT antecipou o processo eleitoral e, através de uma resolução, anunciou que o partido não vai entrar em aventura em 2026, devendo insistir com a reeleição de Lula. O documento contém críticas indiretas ao novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Também à condução da política de Segurança Pública do governo na Bahia, do correligionário Jerônimo Rodrigues, e vedou alianças com candidatos "identificados com o projeto bolsonarista". A legenda optou por não fazer críticas nominais nem a Zanin e nem a Jerônimo, mas aproveitou a brecha para fazer sinalizações programáticas aos resultados apresentados por ambos.
O documento manifesta "a expectativa de que a Suprema Corte reafirme os direitos dos povos indígenas" no julgamento do marco temporal, como ocorreu em decisões passadas, e menciona alguns dos casos os quais Zanin foi contra: a manutenção parcial do princípio da insignificância e o avanço na descriminalização do porte de cannabis para uso pessoal. O último foi definido pelo PT como um "passo importante para a mudança na equivocada e letal política de guerra às drogas".
A resolução também é assertiva no campo da condução de políticas de Segurança Pública, que vão em rota de colisão aos últimos dados de violência no Brasil. "A violência é um método inaceitável de ação por parte das polícias estaduais, que atinge a população mais jovem, pobre e preta do nosso País, assim como tem incidência nos próprios policiais, diz o texto, que prossegue dizendo que os governadores têm a oportunidade de mudar a situação "buscando enfrentar as organizações criminosas com base numa política maior de inteligência e investigação. Cabe ao PT ajudar nesse debate e seus desdobramentos."
O PT apresentou apenas uma restrição de apoio. Ninguém do partido poderá apoiar candidatos "identificados com o projeto bolsonarista". O texto, no entanto, não traz vetos explícitos ao PL, partido de Bolsonaro. A legenda manifestou abertamente o desejo de reeleger Lula em 2026 e abre espaço para o diálogo com demais partidos nas eleições municipais de 2024.
As alianças com a federação PSOL-Rede estão previamente aprovadas, assim como com partidos e lideranças que apoiaram o presidente no primeiro turno das eleições de 2022. Os demais casos precisarão de autorização prévia do partido. "O PT nesse terceiro governo Lula, prepara as bases não apenas para um quarto governo Lula, cuja eleição de 2024 é um momento essencial, mas deve buscar consolidar um amplo bloco de alianças na sociedade", diz um dos tópicos do documento.