pré-candidatura

PT lança deputado de CPI do 8 de janeiro como pré-candidato à Prefeitura de BH

Em entrevista ao GLOBO, Rogério Correia revelou desejo de construir chapa única com partidos da base de Lula, mas atual prefeito, Fuad Noman, e Duda Salabert podem representar impasses ao plano

Gleisi Hoffmann e Rogério Correia Gleisi Hoffmann e Rogério Correia  - Foto: Reprodução

O Partido dos Trabalhadores oficializou neste sábado a pré-candidatura do deputado federal que integra a CPI do 8 de janeiro e é vice-líder do governo Rogério Correia à prefeitura de Belo Horizonte em 2024. A decisão foi comunicada em plenária que contou com a presença da presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann.

— Nós temos um projeto nacional que é mudar esse país e a gente faz esse projeto também se consolidando nas disputas locais — disse Gleisi durante o evento.

Em entrevista ao GLOBO, Rogério Correia revelou o desejo de costurar uma aliança com outros partidos que integram a base de Lula — como PSOL, Rede Sustentabilidade, PCdoB, PV, PSB e PDT — para formar uma frente ampla na capital mineira.

No caso do PDT, no entanto, Correia pode enfrentar resistência de uma de suas colegas na Câmara dos Deputados, Duda Salabert, que já manifestou interesse público em ser prefeita da cidade. Já no PSB, o nome do ex-vice-governador Paulo Brant é o de maior destaque. Ex-aliado do governador Romeu Zema (Novo), Brant é um dos que pleiteia o apoio do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD).

— Esperamos ampliar e já marcamos conversas com todos os partidos que estão no governo Lula. Claro que iremos dialogar e respeitar as opiniões, mas acho possível chegarmos a um acordo — disse Rogério Correia.

O deputado também indica a pretensão de dialogar com siglas da base menos alinhadas ao campo político da esquerda, como o PSD e MDB. No caso do PSD, o partido abriga o atual prefeito, Fuad Noman, ainda incerto na disputa. Desde o início do ano, Noman tem se esquivado de perguntas sobre a reeleição, abrindo espaço para dúvidas de quem será o nome apoiado pelo Palácio da Liberdade.

Para Correia, este movimento de união pode frear a extrema-direita, que deve ser representada na capital pelo deputado estadual Bruno Engler (PL). Outros nomes do bolsonarismo como o deputado federal Nikolas Ferreira chegaram a ser ventilados, mas Engler é o único que se intitula pré-candidato.

— Vamos ter uma polarização com o bolsonarismo, que está cada dia mais decadente. BH não tem a cara dessa ultra-direita cheia de preconceitos, tem uma diversidade grande. Durante a campanha, o significado do que foi Bolsonaro, a pandemia com várias mortes, será relembrado e venceremos — afirmou o petista.

Sobre o seu projeto de governo, Rogério Correia faz compromisso com três áreas: saúde, educação e transporte. Entre as propostas, o deputado pleiteia a tarifa zero dos meios de locomoção da capital e o acesso ao ensino integral por todos os estudantes da rede municipal.

Além disso, o petista espera, caso eleito, costurar parcerias com o governo federal para tirar alguns planos do papel. Entre eles, a construção do anel rodoviário e a criação de um parque nacional na Serra do Curral, área afetada pela mineração.

Impasse com Duda
Antes da formalização da pré-candidatura de Rogério Correia, a possibilidade do PT apoiar Duda Salabert (PDT) foi tema de discussão em grupo de WhatsApp da sigla. O vice-presidente da sigla, Washington Quaquá (PT-RJ), se opôs ao nome da pedetista e chegou a ser chamado de preconceituoso pela líder da secretaria LGBT, Janaina Oliveira.

Na ocasião, Quaquá compartilhou uma reportagem que falava sobre a possibilidade de Duda ter o apoio do PT na disputa do ano que vem. "Precisamos rediscutir nossa tática pra ganhar o eleitor da periferia. Tirar eleitorado lulista mas conservador nos costumes para voltar pro lulismo. E precisamos discutir seriamente isso. Essa coisa por exemplo de Duda Salabert numa das capitais mais importantes do país precisa ser bem discutida, porque tem efeito nacional", afirmou o deputado.

Ao GLOBO, Duda rebateu as mensagens e afirmou não ser uma candidatura identitária.

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