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ANÁLISE

PT nacional deflagra sucessão de Gleisi Hoffmann. Entenda os bastidores

PT nacional já deu o start internamente, mas um seminário está sendo organizado para ocorrer em dezembro, em meio à avaliação do desempenho nas eleições municipais

Deputada federal paranaense e presidente nacional do PT, Gleisi HoffmannDeputada federal paranaense e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann - Foto: Henrique Lima/PT de Pernambuco

Extremamente fragilizado com o resultado das eleições municipais, onde no primeiro turno não elegeu nenhum prefeito de capital, com risco de repetir o vexame no segundo turno, o PT começou a discutir o seu futuro, que passa pela renovação da sua executiva nacional, hoje sob o comando de Gleisi Hoffmann.

O start já foi dado internamente, mas um seminário está sendo organizado para ocorrer em dezembro. O tema do encontro serão novas formas de comunicação do PT que se mostraram urgentes, com as derrotas na eleição municipal deste ano. O debate sobre o processo sucessório deve começar a ocorrer neste encontro, mesmo que de maneira informal.

A presidente do PT defende que haja um consenso sobre o nome que vai sucedê-la. Na avaliação que Gleisi faz a aliados, seria interessante avaliar um nome do Nordeste para ocupar o posto. O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, no entanto, já sinalizou que seu nome está colocado na disputa e que ele não vai recuar.

Segundo o jornal O Globo, o impasse pode causar um racha na CNB, a corrente majoritária do PT que integra nomes como Gleisi, Edinho, Lula, Fernando Haddad, Humberto Costa e José Dirceu. Edinho continua tendo apoios de peso na legenda, incluindo ministros do governo Lula.

A ala que defende a eleição do prefeito para o comando do partido afirma que ele seria o “sinal de mudança” que o PT mostrou precisar, após o resultado das eleições municipais deste ano. A pressão sobre Edinho cresceu depois que ele não conseguiu eleger sua sucessora em Araraquara. Em paralelo, um grupo da legenda alinhado à atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem defendido que um nome do Nordeste seja o novo presidente. A própria Gleisi advoga para que seja encontrado um nome de consenso, evitando, assim, uma disputa interna no PT.

Se Edinho conseguir superar resistências do grupo, Gleisi pode virar ministra na reforma ministerial que está prevista para após o segundo turno das eleições municipais. Mas há quem defenda que essa reforma seja mais ampla, num momento mais à frente, em fevereiro, quando sair o resultado das eleições das mesas diretoras do Senado e Câmara, hoje ocupadas respectivamente pelo deputado alagoano Arthur Lira (PP) e o senador mineiro Rodrigo Pacheco (PSD).

O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, não vai ceder a nenhuma pressão para retirar sua candidatura para presidência do PT. Com ele decidido a não abrir mão da disputa, existe o risco de haver uma racha na CNB, corrente majoritária do PT da qual Edinho, Gleisi e Lula fazem parte. Pelo menos até o momento, Lula está em cima do muro, mas é provável que se manifeste pela indicação de Edinho, diante da derrota do aliado em Araraquara. 

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