PT negocia com Hugo Motta e Arthur Lira indicação para o TCU
Acordo envolve o apoio do partido de Lula a Hugo Motta na disputa pela presidência da Câmara
A bancada do PT na Câmara negocia com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e com o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), candidato à sucessão no comando da Casa, a indicação de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU).
A ideia é que o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoie Motta como sucessor de Lira e tenha o cargo na Corte de Contas.
Os petistas não decidiram ainda quem querem indicar para o cargo e não há ainda um acordo fechado. Também não está claro como a vaga seria viabilizada. Uma parte do PT avalia que seria possível convencer o ministro do TCU Augusto Nardes, que é ligado ao PP de Lira, a antecipar sua aposentadoria, o que daria para a Câmara a chance de indicar seu substituto.
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Apesar da sinalização favorável ao líder do Republicanos, a bancada do PT também não anunciou oficialmente que vai apoiar Motta.
A cúpula do PT apoia o aliado de Lira, mas há uma ala de deputados que prefere esperar antes de anunciar uma decisão. A Executiva Nacional da legenda se reúne hoje para debater os resultados das eleições municipais e o PT da Câmara vai se reunir amanhã.
Uma ala do partido avalia que já há condições para que a legenda anuncie a aliança com o candidato do Republicanos nesta semana, mas outra parte da sigla discorda.
Adversários de Motta e que fizeram um pacto para se unir contra ele, os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA), trabalham para adiar a decisão do PT. Eles têm focado em acenos ao partido e, diferente do candidato do Republicanos, acenam na construção de um bloco governista que isole o PL.
Dentro desse cenário, o PT poderia ter a primeira escolha nos cargos da Mesa Diretora, o que daria a eles o direito a ter a primeira vice-presidência da Casa. Se PL e PT estiverem com Motta, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro deve ficar com a vice e o PT com a primeira-secretaria.
Mesmo assim, boa parte dos petistas duvida da viabilidade desse acordo proposto por Elmar e Brito e não vê disposição da maioria da Câmara em isolar o PL. Para esse grupo, seria melhor fazer um arranjo que contemple todos os principais partidos em vez de dividir a Casa em uma disputa em que o PT poderia ficar do lado perdedor.