Quatro dos cinco votos para tornar Bolsonaro inelegível foram de ministros nomeados por Lula
Político do PL foi condenado por ataques à Justiça Eleitoral e ao voto eletrônico em reunião com embaixadores
Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrado nesta sexta-feira (30), com o placar de 5 a 2 a favor de sua inelegibilidade.
Entre os votos que decretaram a derrota do ex-presidente, quatro foram proferidos por ministros nomeados pelo seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O tribunal que julgou Bolsonaro é composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques, Benedito Gonçalves, Raul Araújo Filho, André Ramos e Floriano de Azevedo. Relator do caso, Benedito votou pela condenação do ex-presidente, sendo seguido por Floriano, Ramos, Cármen Lúcia e Moraes. Araújo Filho abriu divergência, e ganhou Nunes Marques como único companheiro de voto.
Vice-presidente da Corte, Cármen Lúcia foi indicada por Lula para o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2006, durante o primeiro mandato do presidente. Em 2012, ela se tornou a primeira mulher a presidir o TSE.
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O ministro Benedito Gonçalves, por sua vez, foi nomeado por Lula para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2008, durante o segundo mandato. Já André Ramos e Floriano de Azevedo chegaram neste ano ao TSE por nomeação direta do atual presidente, seguindo lista sugerida pelo STF.
O único ministro nomeado por Lula a votar a favor de Bolsonaro foi Raul Araújo, indicado ao STJ em 2010. Moraes foi nomeado para o STF por Michel Temer (MDB) em 2017, enquanto Kassio Nunes Marques foi indicado ao STF pelo próprio Bolsonaro em 2020.