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Rio de Janeiro

Queiroz se filia ao PTB e pode se candidatar à Alerj, onde teria ocorrido esquema das 'rachadinhas'

A Executiva nacional do PTB ainda avalia se o nome de Queiroz cairia melhor como candidato à Câmara dos Deputados

Fabrício QueirozFabrício Queiroz - Foto: Reprodução

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL), Fabrício Queiroz pretende se filiar ao PTB neste sábado (26), para ser candidato nas eleições deste ano. Queiroz, que é apontado como operador em um esquema de rachadinhas no gabinete de Flávio, quando este era deputado estadual, não descarta a possibilidade de se lançar a uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde a prática criminosa teria ocorrido. A Executiva nacional do PTB, no entanto, ainda avalia se o nome de Queiroz cairia melhor como candidato à Câmara dos Deputados.

O nome de Queiroz não era unanimidade no partido, já que o presidente da legenda, Marcus Vinícius, entendia que o nome dele poderia trazer uma avaliação negativa para a nominata. No entanto, o nome agrada o ex-presidente nacional, Roberto Jefferson, que endossou o convite feito anteriormente.

Segundo promotores, Queiroz seria o operador do esquema de rachadinha e fazia pagamentos das contas pessoais de Flávio e da família dele. O senador usava uma loja de chocolates para receber os recursos e depois os retirava como se fosse lucro. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicou saques e depósitos na conta de Queiroz entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 que somam R$ 1,2 milhão.

Os deputados bolsonaristas do Rio se dispersam por até quatro partidos. PL, PTB, PP e MDB são apontados como destinos dos cerca de 20 parlamentares federais e estaduais, quase todos eleitos pelo PSL em 2018, que apostam em reeditar campanhas alinhadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para buscar mais quatro anos de mandato.

No geral, pelo menos 40 deputados federais e estaduais do Rio devem se movimentar durante a janela, que permite a migração de sigla sem perda de mandato até o dia 1º de abril. O União Brasil, partido criado pela fusão entre DEM e PSL, deve perder 15 parlamentares fluminenses nesta janela, e pretende filiar outros seis candidatos à recondução no Legislativo.

O PL, que filiou Bolsonaro em novembro, será o principal destino da bancada bolsonarista no estado. A previsão é que o partido receba ao menos sete dos 12 deputados federais apoiadores do presidente hoje no União Brasil, e outros sete estaduais.

Há nomes ligados à militância bolsonarista, contudo, que tomarão outros rumos. O deputado federal Daniel Silveira, por exemplo, que chegou a ser preso em 2021 por ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), optou por filiar-se ao PTB e avalia uma possível candidatura ao Senado. À época de sua prisão, em votação no plenário da Câmara, o PL orientou a favor de referendar a decisão do STF. Já o PTB orientou contrariamente à prisão.

Em entrevista recente, após três anos em silêncio sobre o caso em que é investigado, Queiroz disse que "se Deus quiser" vai provar sua inocência e negou a existência de rachadinhas. Em 7 de setembro do ano passado, ele participou de ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. As manifestações tinham pautas antidemocráticas, entre elas ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso.

Queiroz alegou ainda que deixou o Rio de Janeiro por medo de ser morto. O eventual crime, segundo ele, teria o intuito de culpar Jair Bolsonaro. — Seria queima de arquivo para cair na conta do presidente, como aconteceu com o capitão Adriano (da Nóbrega) - afirmou o ex-assessor em alusão ao miliciano morto em operação policial na Bahia em 2020.

Adriano é apontado como líder do chamado Escritório do Crime, uma das mais poderosas mílicias do Rio. De acordo com o Ministério Público, ele também estaria implicado no esquema das rachadinhas no antigo gabinete de Flávio.

Queiroz também negou ter contato pessoal com Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, e disse que só o conhece pela TV. O policial militar afirmou que ficou na asa do defensor em Atibaia, no interior de São Paulo, apenas para um realizar um tratamento de sáude. Wassef, por sua vez, o abrigou para proteger o presidente, segundo o ex-assessor.

Na entrevista, disse ainda que Wassef não é o "Anjo" mecionado em mensagens trocadas com familiares sem expressão direta ao nome do advogado. O MP do Rio, no entanto, obteve um áudio da mulher de Queiroz, Marcia Aguiar, que vincula diretamente o defensor à alcunha.

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