Quem é ex-assessor de Lira alvo de operação da PF em Alagoas
Luciano Ferreira Cavalcante já foi apontado como braço direito do presidente da Câmara e é investigado por desvio de verba na compra de kits de robótica com recursos do FNDE
O estado de Alagoas, reduto eleitoral do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), amanheceu nesta quinta-feira com uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga fraude em licitação e lavagem de dinheiro na compra de kits de robótica com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC). Entre os alvos da PF, está Luciano Ferreira Cavalcante, ex-assessor e já apontado como braço direito de Lira.
Cavalcante atualmente é presidente do diretório alagoano do União Brasil. À época da nomeação, o cargo foi entendido como reforço do poder de Lira para as próximas eleições no estado, com quem o alvo da PF, também conhecido como “Luciano Atalaia”, tem um longo histórico de relacionamento.
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Antes de alçar à presidência do diretório do União, Luciano chegou a ser nomeado para a liderança do Progressistas (PP) na Câmara, quando o cargo era exercido por Lira, hoje presidente da Casa. Ele também foi servidor comissionado do escritório de apoio do então senador Benedito de Lira (PP-AL), pai de Arthur Lira.
Em 2016, Ferreira concorreu como vice-prefeito prefeito de Atalaia (AL) pelo PP, na chapa com Zé do Pedrinho (PSDB-AL). Eles terminaram em segundo lugar, com 35,45% dos votos.
Nas redes sociais, Cavalcante passou grande parte do tempo republicando conteúdos postados pelo deputado federal. Em entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, Lira afirmou que não se sente atingido pela operação da PF.
— Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber informações mais precisas e cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país — disse o presidente da Câmara.
Além de Luciano Cavalcante, a PF também investiga o empresário Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD), que esteve 11 vezes no gabinete de Lira, ao longo de 2016. Ele é um dos proprietários da Megalic, empresa que teria intermediado a compra de equipamentos de robótica superfaturados e gerado prejuízo de pelo menos R$ 8,1 milhões.