Quem é Telmário Mota, ex-senador de Roraima suspeito de mandar matar a mulher
Ex-parlamentar, ocupou uma cadeira no Congresso Nacional entre 2015 e 2022; nas eleições do ano passado, não se reelegeu
Alvo de um mandado de prisão expedido pela Polícia Civil de Roraima na manhã desta segunda-feira (30), o ex-senador Telmário Mota é acusado de ter matado sua ex-mulher, Antônia Araújo de Sousa, de 52 anos. Há dez meses fora do Senado Federal, Telmário ocupou uma cadeira no Congresso Nacional entre 2015 e 2022, mas não foi reeleito nas eleições do ano passado, quando obteve pouco mais de 19 mil votos na disputa e terminou em terceiro lugar.
Também em 2022, a filha de 17 anos de Telmário o acusou de estupro e registrou um boletim de ocorrência contra o ex-parlamentar. Na ocasião, a adolescente afirmou que ele a forçou entrar no carro e tocou suas partes íntimas.
Formado em economia e contabilidade, antes do Senado Federal, entre 2008 e 2012, Telmário foi vereador de Boa Vista, capital de Roraima. À época, o ex-senador era filiado ao PDT. Em 2017, contudo, terminou expulso da sigla por ter votado a favor da PEC do teto dos gastos públicos. Nas eleições de 2018, foi candidato ao governo de Roraima pelo PTB, mas ficou em último lugar no páreo, com menos de dez mil votos. No ano seguinte, filiou-se ao PROS.
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Na Casa, Telmário foi relator do processo de cassação de Delcídio do Amaral, que foi aprovado em 2016 por unanimidade, e, posteriormente, de Romero Jucá, que não teve o apoio dos parlamentares. Em 2019, no entanto, em audiência, o ex-senador chamou o ex-líder do PT de "ladrão":
"Faço parte desta Comissão e vim ficar aqui, mas lamento que aqui, na vaga dos Senadores, esteja um lobista, ex-senador, um cara envolvido em corrupção. Desse jeito, é impossível ficar aqui. Retiro-me" disse ao levantar da cadeira e sair da sala.
Em 2020, o Ministério Público Federal o investigou por suposto desvio de verbas da pandemia. Por este motivo, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), impediu o contato entre Telmário e o senador Chico Rodrigues (União-RR), que havia sido flagrado com mais de R$ 33 mil na cueca. Nas eleições do ano passado, ele declarou um patrimônio de R$ 3,528 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).