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Ministro do STF

"Quem tem que explicar venda de sentenças é o Moro", diz Gilmar Mendes em entrevista

Ministro do STF comentou vídeo em que ex-juiz da Lava-Jato fala em 'comprar habeas corpus' dele

Gilmar Mendes, ministro do STFGilmar Mendes, ministro do STF - Foto: Carlos Moura/ STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou em entrevista que é o ex-juiz e senador Sergio Moro que tem que dar explicações sobre supostas vendas de decisões judiciais. A declaração de Gilmar, antecipada pela Folha de S. Paulo, foi concedida à CNN Brasil e vai ao ar nesta segunda-feira (8).

Na entrevista, o magistrado comentou o vídeo que viralizou nas redes sociais onde Moro aparece falando sobre "comprar um habeas corpus de Gilmar Mendes".

Ele diz ter achado “curioso” que o material tenha sido divulgado no momento em que o ex-juiz da Lava-Jato e a sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), estão sendo acusados de venda de decisões pelo advogado Rodrigo Tacla Duran.

"É uma solução muito fácil porque Tacla Duran diz, pelo menos é o que está aí em todas as entrevistas, que teria feito um depósito de US$ 5 milhões para o escritório da mulher do Moro. Basta abrir a conta e esclarecer essa dúvida. Portanto, quem tem que fazer explicações sobre venda de decisões é Moro", disse Gilmar Mendes à CNN.

Por conta de sua declaração Moro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF por calúnia que ele teria cometido contra Mendes. O senador alega que sua fala foi tirada de contexto, que “jamais agiu com intenção de ofender” e que a denúncia da PGR é “açodada”.

Ainda na entrevista, Gilmar Mendes diz que não conversou com Moro sobre o assunto. E falou ainda que atualmente tem buscado escolher até seus “inimigos”.

"Não nos falamos. Na verdade, nessa idade em que estou, com a experiência que eu acumulei, até os inimigos eu tenho que escolher. Eu tenho que escolher as brigas. Encaminhei o assunto ao Ministério Público, que houve por bem fazer uma queixa, uma denúncia contra Sergio", afirma o membro da Suprema Corte.

A denúncia da PGR é assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, e se baseia no vídeo. Nela, a vice-procuradora-geral da República afirma que Moro cometeu crime de calúnia contra o ministro do STF ao sugerir que o magistrado pratica corrupção passiva. Por isso, Lindôra pede a perda do mandato do senador caso a condenação passe de quatro anos de prisão.

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