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Benefício

"Queremos tirar os sem-vergonha", diz economista da transição sobre irregulares no Bolsa Família

Tereza Campello é uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Assistência Social da equipe de transição do presidente eleito Lula (PT)

Tereza: "Estamos tentando administrar essa situaçãoTereza: "Estamos tentando administrar essa situação - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

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A economista Tereza Campello, uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Assistência Social da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou ao Estadão que sua principal missão é desarmar o que chamou de uma bomba relógio deixada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Tereza se refere à gestão, a partir de 2023, do Cadastro Único do Auxílio Brasil, que vai voltar a se chamar Bolsa Família.

“Estamos tentando administrar essa situação. Quando chegou em dezembro (de 2021), esses benefícios unipessoais - que são as pessoas que alegam estar morando sozinhas - deu um pulo de 2 para 3 milhões. Depois, passou para 3,5 milhões, para 4 milhões, 4,5 e chegou a 5 milhões em um ano. É um escândalo”, alertou ela.

De acordo com a economista, que na equipe de transição atua ao lado da senadora Simone Tebet (MDB-MS), o governo devia ter visto e tomado atitude para impedir, mas não tomou. “Agora, após a eleição ele entrou com processo de averiguação, chamando as pessoas e dizendo que vai bloquear entre janeiro e fevereiro”, complementou.

Tereza, que foi ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff (PT), quando coordenou o Plano Brasil Sem Miséria,  diz que a ideia da equipe era a construção um ambiente de uma transição, mas ao mesmo tempo não pode permitir irregularidades. Para ela, a  legislação é clara quando diz quem pode ou não pode ser beneficiário.

“Estamos conversando com os municípios. Esse povo vai bater à porta da prefeitura quando o recurso for bloqueado. Serão filas enormes no início do governo Lula com muita gente pobre, mas também muita gente sem vergonha. Queremos tirar os sem-vergonha”, acrescentou.

Indagada pelo Estadão se essa é uma crise pacificada logo no começo do governo Lula, Tereza afirmou que é uma crise conhecida já que a equipe de Lula está atuando. “Somos transição. Não somos governo. Na quinta (na semana passada) fizemos uma reunião que o governo atual devia ter feito. Chamamos as prefeituras e as organizações dos municípios que fazem a gestão do Bolsa Família para tentar construir uma trajetória comum com o setor público que, na ponta, vai administrar essa filas”, esclareceu.

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