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SENADO

Recondução de Rodrigo Pacheco na presidência isola Centrão no Senado

Excluídos das negociações, PL, PP e Republicanos devem ficar sem presidência nas 14 comissões permanentes da Casa

Rodrigo Pacheco, presidente do SenadoRodrigo Pacheco, presidente do Senado - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O isolamento de PP, PL e Republicanos no Senado, partidos que se posicionaram contra a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pode se acentuar com a distribuição de cargos em comissões permanentes. As legendas foram excluídas das negociações e não devem conseguir a presidência de nenhum dos 14 colegiados.

Nesse grupos, serão debatidos os mais importantes temas do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Hoje, os dois maiores blocos de senadores são alinhados ao governo e pretendem indicar o comando de todas as comissões.

A trinca de partidos que formaram a base de Jair Bolsonaro e são protagonistas do Centrão na Câmara vive realidades distintas nas duas casas legislativas do Congresso.

Na Câmara, as siglas atuaram ao lado do PT e foram vitoriosas com a eleição de Arthur Lira (PP-AL) — parte dos deputados do Centrão já ensaia uma aproximação com o governo.
 

No Senado, por outro lado, ao apoiar Rogério Marinho (PL-RN), nome identificado com o bolsonarismo, há mais dificuldades para ocupar lugares de destaque.

Reeleito com 49 votos, Pacheco derrotou no dia 1º de fevereiro o adversário do PL. Um dia após a eleição, os três partidos foram excluídos de cargos da Mesa Diretora, que passou a ser ocupada por PT, MDB, União Brasil, PDT, PSB e Podemos.

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) reconheceu que há uma articulação para impedir que as três legendas não fiquem com comissões, mas reclamou de quebra de acordo.

— Nós do Republicanos teríamos a décima escolha. Tenho escutado que não respeitarão, assim como na escolha da mesa. Desconhecem o que é ser magnânimo — afirmou.

Os três colegiados mais cobiçados são a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deverá ficar com Davi Alcolumbre (União-AP); a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), cujo acordo é que seja comandada por Vanderlan Cardoso (PSD-GO); e a Comissão de Relações Exteriores (CRE), que o MDB avalia indicar Renan Calheiros (MDB-AL).

Mesmo sendo o segundo maior partido do Senado, com 13 parlamentares, o PL está isolado nas negociações para ocupar os espaços da Casa. O partido do ex-presidente Bolsonaro não conseguiu atrair siglas suficientes para formar um bloco robusto e está em um grupo com apenas com PP e Republicanos, somando 23 senadores, o terceiro maior da Casa.

O maior bloco é composto por MDB, União Brasil, Podemos, PSDB, PDT e Rede, com 30 parlamentares. Em seguida, vem o grupo formado por PSD, PT e PSB, com 28. Ambos têm a base do governo entre as bancadas mais representativas.

Parlamentares dos grupos que apoiaram Pacheco dizem que já há um acordo para dividir todas as comissões entre os partidos dos dois maiores blocos. Reservadamente, eles admitem a possibilidade de um senador de oposição presidir uma comissão, mas somente de se for parte de um dos partidos dos maiores blocos, como é o caso do PSDB e Podemos.

Pós-carnaval
O presidente do Senado disse que as comissões serão definidas após o carnaval, no final de fevereiro, e não descarta que PL, PP e Republicanos estejam fora do comando das comissões. Pacheco afirmou que o assunto está sendo tocado pelos líderes partidários.

— Até este momento vamos buscar ter a mais ampla composição possível. Mas eu, naturalmente, não posso afastar a possibilidade dos dois maiores blocos quererem ocupar todas as comissões. Isso eventualmente pode acontecer — declarou Pacheco.

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