Rejeição de contas impõe novo baque a Waguinho, que também é alvo de impeachment
Prefeito de Belford Roxo, que preside o diretório estadual do Republicanos no Rio, ficará inelegível por oito anos
O prefeito de Belford Roxo e presidente estadual do Republicanos, Waguinho, sofreu um novo baque político ao ter as contas de 2022 rejeitadas nesta terça-feira (26) pela Câmara Municipal. A decisão dos vereadores também impõe inelegibilidade de oito anos ao maior aliado do presidente Lula (PT) na Baixada Fluminense.
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A rejeição das contas se deu por recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que foi acatada pelos 13 vereadores que participaram da sessão, todos de oposição. Os outros se ausentaram e correm o risco de perder os mandatos, dado o excesso de faltas desde que o atual prefeito não conseguiu emplacar o sobrinho, Matheus do Waguinho, na eleição de outubro — o vitorioso foi Márcio Canella (União), ex-aliado do agora adversário.
Além desse revés, Waguinho enfrenta um processo de impeachment na Casa, que resolveu abri-lo a partir de pareceres que apontavam “infração político-administrativa” por causa de um rombo de mais de R$ 87 milhões no Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Belford Roxo (Previde).
O prefeito não se pronunciou sobre os problemas políticos que enfrenta na cidade.
Canella
Quando Canella e o prefeito ainda eram aliados, Waguinho ficou famoso nacionalmente em 2022 depois de ter ajudado a eleger os candidatos mais votados do Rio para o Legislativo: Canella, para a Assembleia Legislativa (Alerj), e a própria mulher, Daniela do Waguinho, deputada federal.
O poder político na região fez com que o político da Baixada Fluminense fosse cobiçado pelas campanhas de Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022 — um prestígio que contrasta com o atual contexto.
Na contramão dos demais prefeitos do entorno, Waguinho foi de Lula e chegou a promover uma agenda em Belford Roxo com o então presidenciável, que voltou à cidade mais de uma vez como presidente nestes dois anos de mandato.
Como recompensa, Daniela ganhou no início do novo governo o Ministério do Turismo e, ao deixá-lo por causa de reconfigurações partidárias, o casal foi agraciado com investimentos federais em Belford Roxo. Esses recursos ajudaram a prefeitura a inaugurar um instituto federal e um hospital, por exemplo, mas foram insuficientes para garantir a vitória do sobrinho do prefeito em outubro.