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8 de janeiro

Relatora diz que decisão que livra assessor de Bolsonaro de depoimento 'fere de morte' a comissão

Ministro André Mendonça, do STF, atendeu a pedido de Osmar Crivelatti

Osmar CrivelattiOsmar Crivelatti - Foto: reprodução/sargento Gobo

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI do 8 de Janeiro, criticou nesta segunda-feira a decisão que permitiu o tenente Osmar Crivelatti a não prestar depoimento ao colegiado amanhã. Em uma publicação nas redes sociais, Eliziane disse que a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, "fere de morte" a autoridade da CPI.

"Liminares recentes de ministros do STF q/ desobrigam ida de depoentes à CPMI ferem de morte § 3º do art. 58 da CF, quando nos retiram poderes próprios de investigação de autoridade judicial. Lamentáveis decisões e indevida interferência de Poder sobre outro", declarou.

Crivelatti fazia parte da equipe de ajudantes de ordens de Jair Bolsonaro e foi nomeado neste ano para continuar dando assistência ao ex-presidente. Ele foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão realizados pela Polícia Federal na investigação que apura suspeitas de um esquema de venda de joias.

Inicialmente a CPI ouviria o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto amanhã, mas a oitiva foi adiada a pedido da base governista, que prefere aguardar novos detalhes da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Os governistas também vão estar desfalcados nesta semana com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos Estados Unidos, que levou em sua comitiva parlamentares da comissão.

Com a ausência de Crivelatti, a relatora disse ao GLOBO que o colegiado não deve se reunir amanhã.

– Acredito que não tem sentido de ter agora. Lamentável essa decisão do André

Na semana passada, a CPI enfrentou revés similar após o ministro do STF Nunes Marques desobrigar Marília Alencar, que era da equipe do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, a comparecer na comissão. Tanto Marques, quando Mendonça foram indicados ao Supremo por Bolsonaro.

Mesmo não sendo apoiadora do ex-presidente, a indicação de Mendonça contou com o apoio de Eliziane, que foi a responsável por elaborar o relatório favorável a sua escolha em 2021.

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