Relatório da transição sobre "revogaço" tem 23 páginas, diz Mercadante
Ele afirmou, porém, a decisão sobre o que vai ou não ser revogado caberá aos futuros ministros
Coodenador dos grupos técnicos da transição, o ex-ministro Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira (13) que o relatório final produzido pelas equipes tem 23 páginas com sugestões de atos do governo de Jair Bolsonaro que devem ser revistos. Ele afirmou, porém, a decisão sobre o que vai ou não ser revogado caberá aos futuros ministros, que serão nomeados pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, a partir de janeiro.
— Estamos passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações e tudo isso vai para os novos ministros que vão reanalisar o que está alí — afirmou Mercadante, durante discuros no encerramento dos trabalhos de transição ao lado do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
A equipe que discutiu a transição de governo ficou concentrada no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, e foi composta por 32 grupos temáticos, divididos em áreas como economia, saúde, educação e orçamento — além de conselheiros políticos e da coordenação da transição.
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— O diagnóstico é muito preciso: o governo disse que a situação fiscal do pais esta muito boa. Para quem? Não tem livro didático, merenda, bolsa de pesquisa, recurso para o farmácia popular, para tratamento de câncer — disse Mercadante.
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador-geral do grupo de transição, afirmou que foram mais de 5 mil pessoas que colaboraram diretamente com os trabalhos, e perto de mil colaboradores oficiais da transição. Desses, apenas 22 foram remunerados para executar os trabalhos.
— Foram, como disse, perto de 1000 colaboradores, mas na realidade, se contar zoom, colaboração à distância, os técnico, foram mais de 5 mil pessoas no Brasil inteiro que deram sua contribuição voluntária para que nós pudéssemos entregar essa ferramenta ao presidente Lula. Se comparar com o governo que está saindo, tiveram 233 participantes. Nós tivemos mais de 5 mil. Eles nomearam 43 dos cargos que a lei estabelece, nós nomeamos 22, então metade do gasto e participação mto maior como compromisso social ao nosso pais — afirmou Alckmin.
Nesta segunda-feira, os grupos técnicos entregaram o relatório final dos trabalhos, com os diagnósticos e sugestões para cada área.
Agora, esses relatórios serão entregues aos ministros para guiar o começo da gestão. Com isso, os grupos técnicos da transição serão desfeitos e os trabalhos passarão a ser tocados pelos ministros indicados e sua equipe.
Na sexta-feira (9), Lula anunciou os nomes dos primeiros ministros de seu governo. O presidente eleito confirmou o nome do ex-ministro Fernando Haddad (PT) para o comando do Ministério da Fazenda, o governador da Bahia Rui Costa (PT) para a Casa Civil, o senador eleito Flávio Dino (PSB), na Justiça e Segurança Pública, e José Múcio Monteiro, que não tem filiação partidária, na Defesa. O ex-chanceler no governo Dilma Mauro Vieira chefiará o Itamaraty.