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caso das joias

Relógio de R$800 mil recebido por Michelle Bolsonaro tem ponteiros de ouro e só 25 unidades no mundo

Item de colecionador, modelo da marca Chopard apresenta pulseira de crocodilo costurada à mão e caixa de safira

Michelle BolsonaroMichelle Bolsonaro - Foto: Carolina Antunes / Presidência da República

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro admitiu nesta terça-feira (26) que sabia que joias enviadas pela Arábia Saudita foram entregues no Palácio da Alvorada. O conjunto de itens masculinos, com valor estimado de R$ 2,5 milhões, foi entregue em mãos para a mulher de Jair Bolsonaro. No estojo da marca Chopard havia uma caneta, um anel, um par de abotoaduras, um rosário árabe chamado "masbaha" e um relógio. Este último objeto de luxo é raro, de colecionador, pois teve apenas 25 unidades produzidas.

O relógio modelo L.U.C. Tourbillon Qualité Fleurier Fairmined é avaliado em aproximadamente R$ 800 mil. O objeto tem pulseira de crocodilo costurada a mão, fivela e ponteiros em ouro rosa polido e acetinado, caixa de safira, inscrições douradas e 33 joias.

O "Fairmined" que íntegra o nome ao relógio significa que o ouro usado para fabricação do item tem certificação de que foi extraído de minas artesanais de pequena escala, seguindo requisitos rígidos de proteção ambiental, condições justas de trabalho e desenvolvimento econômico em comunidades dedicadas a mineração.

Já a Qualité Fleurier, que também nomeia o item de luxo, diz respeito a uma certificação que garante "máxima precisão, confiabilidade, durabilidade e qualidade de acabamento".

O pacote entrou ilegalmente no país, sem ter sido declarado, na comitiva do então ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, após viagem ao país árabe, em outubro de 2021. Ele ficou guardada no cofre do Ministério de Minas e Energia por mais de um ano, até chegar ao acervo da Presidência da República, de acordo com assessores do ex-ministro da pasta, Bento Albuquerque.

Nesta segunda-feira, Michelle Bolsonaro assumiu que sabia que o estojo tinha sido levado para o Palácio da Alvorada. A ex-primeira-dama fez a admissão após a coordenadora do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da presidência, Marjorie de Freitas Guedes, ter afirmado em depoimento que o conjunto de joias estava com a mulher de Jair Bolsonaro.

Segundo o depoimento da servidora do GADH, o pacote teria sido entregue à Michelle no dia 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. O ex-chefe do Executivo, que também é citado pela servidora, teria tido contato com as joias, sendo o responsável por conferir os itens do estojo. Logo quando surgiram as primeiras notícias a respeito das joias recebidas poo Bolsonaro, Michelle negou ter conhecimento dos objetos.

Em um primeiro momento, o pacote de joias chegou a ser avaliado em R$ 1 milhão, mas de acordo com o Departamento de Documentação Histórica, a caixa foi registrada ao dar entrada no Palácio do Alvorada com o valor de US$ 500 mil, o equivalente a R$ 2,5 milhões. Ao todo, Jair Bolsonaro recebeu três caixas de joias do governo da Arábia Saudita, que juntas podem ultrapassar o valor de R$ 19,5 milhões.

A peça de maior valor é um colar de diamantes da marca Chopard. O item faz parte de um conjunto que tem ainda um par de brincos, um anel e um relógio, todos cravejados com brilhantes. As joias, avaliadas em 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões),foram também recebidas pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em outubro de 2021, e retidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, no retorno da comitiva ao Brasil, por não terem sido devidamente declaradas.

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