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BRASIL

Reparos em relógio destruído no 8 de janeiro são concluídos e peça está prestes a voltar ao Brasil

Objeto fabricado no século XVII foi restaurado na Suíça por meio de uma parceria do governo brasileiro com a embaixada do país europeu

Relógio raro foi destruído na invasão ao Palácio do PlanaltoRelógio raro foi destruído na invasão ao Palácio do Planalto - Foto: Reprodução

O relógio de Balthazar Baltimore, destruído durante os ataques do 8 de janeiro pelo mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, deve retornar ao Brasil ainda neste ano após passar por uma restauração na Suíça. Fabricado no Século XVII, foi um presente da corte francesa para Dom João VI e foi trazido ao território brasileiro pela família real portuguesa em 1808. A relíquia fazia parte do acervo do Palácio do Planalto e sua reparação ocorreu após uma parceria do governo brasileiro com a embaixada suíça. O trabalho já foi concluído no país europeu.

A informação foi noticiada pelo Estadão e confirmada pelo O Globo junto à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Segundo nota enviada pelo órgão, a recuperação do relógio histórico foi viabilizada por meio de um "Acordo de Cooperação Técnica com a Embaixada da Suíça” e não teve “nenhum gasto por parte da Presidência". Ainda segundo a Secom, a expectativa é de que a entrega seja concretizada ainda neste ano.

 

Responsável pela destruição do objeto, o mecânico do interior de Goiás, Antônio Cláudio Alves Ferreira, foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão pelos crimes de associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima.

No dia 8 de janeiro de 2023, centenas de bolsonaristas invadiram a sede dos três Poderes da República e destruíram o patrimônio público. Na ocasião, Antônio Cláudio, vestindo uma camiseta com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro, atirou o relógio no chão. Além do item histórico, o mecânico danificou um vidro para acessar o Planalto, rasgou uma poltrona e jogou um extintor nas câmeras. Em depoimento à PF, ele disse que a depredação ocorreu "em razão da reação dos órgãos de segurança".

A peça foi fabricada pelo relojoeiro francês Balthazar Martinot — há uma assinatura dele gravada na máquina — com design de André-Charles Boulle. Ambos atendiam a corte do rei Luís XIV, na França, apelidado de "o Grande" e "Rei Sol". Martinot construiu apenas mais um exemplar, que está exposto no Palácio de Versalhes, em Paris e tem metade do tamanho do que se encontrava no Brasil.

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