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ALIADOS

Republicanos e PP ingressaram ''definitivamente'' na base governista, diz Padilha

Declaração aconteceu após reunião entre Lula e os líderes partidários da Câmara

Ministro de Relações Institucionais, Alexandre PadilhaMinistro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quase dois meses após os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumirem cargos no primeiro escalão do governo federal — nas pastas de Esporte e de Portos e Aeroportos, respectivamente —, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou, nesta terça-feira (31), que as legendas de ambos, PP e Republicanos, ingressaram "definitivamente" na base aliada no Congresso.

A declaração aconteceu após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os líderes partidários da Câmara, no primeiro encontro do gênero com a participação dos representantes das duas siglas do Centrão.

— Fizemos uma saudação especial ao líder do Republicanos e ao líder do PP, que são duas bancadas que ingressam definitivamente, com bancadas federais, nessa frente ampla da base na Câmara dos Deputados — disse Padilha.

Durante a conversa, Lula pediu apoio às pautas caras ao governo em tramitação no Congresso, voltadas sobretudo para a área econômica. Ainda que não tenha feita uma correlação direta entre a distribuição de cargos e a atuação legislativa dos parlamentares, o presidente deixou claro que existe, no Planalto, uma expectativa de maior adesão nas votações prioritárias.

— O plano do governo é estar concentrado neste momento em envidar todos os esforços para aprovarmos as medidas de ampliação da arrecadação e de justiça tributária no País, que consolidam aquilo que já foi aprovado com o marco fiscal, que estabelece regras claras de não crescimento de despesas — explicou o ministro das Relações Institucionais, responsável pela articulação política da gestão petista.

Na semana passada, em mais um aceno ao grupo recém-ingressado no governo, Lula demitiu Rita Serrano do comando da Caixa Econômica Federal e a substituiu por Carlos Antônio Vieira Fernandes, funcionário de carreira do banco. Fernandes foi indicado ao posto por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados e uma das principais lideranças do Centrão.

Poucas horas após a confirmação da troca na chefia da Caixa, a Casa gerida por Lira aprovou o projeto de lei que taxa fundos offshores, que se encontram no exterior, e fundos exclusivos, fechados para investidores de alta renda. A votação contou com apoio de 70% dos parlamentares de PP e Republicanos.

A queda de braço, no entanto, parece longe do fim. O Centrão vem se articulando, agora, para ocupar todas as 12 vice-presidências da Caixa Econômica, enquanto o Planalto resiste a ceder todas as cadeiras.

Hoje, o principal nó na negociação está na vice-presidência de Habitação, responsável por lidar com o financiamento de iniciativas relevantes, como o Minha Casa, Minha Vida. Petistas querem manter no cargo Inês Magalhães, que também conta com o apoio do ministro das Cidades, Jader Filho, do MDB, que faz elogios ao trabalho dela.

Do outro lado, aliados de Lira dizem que o combinado com a articulação política do governo era uma negociação que envolvia todas as 12 vice-presidências. A ideia seria indicar alguém ligado ao União Brasil para o cargo hoje ocupado por Inês.

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