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Resistência, Faísca e Thor: conheça as histórias dos animais de estimação dos presidentes

Palácio da Alvorada já foi a casa de cães de raça ou vira-latas de Bolsonaro, Temer e Dilma

Presidente Jair Bolsonaro e seu cachorro FaíscaPresidente Jair Bolsonaro e seu cachorro Faísca - Foto: Reprodução

A cachorrinha Resistência que ganhou os holofotes na terça-feira (10) após ser cogitada para acompanhar Luiz Inácio Lula da Silva e a sua mulher Rosângela Silva, a Janja, seus tutores, na caminhada pela rampa do Palácio do Planalto no dia da posse presidencial não será a primeira "pet" a ocupar os gramados do Palácio da Alvorada. A residência oficial do presidente da República já teve outros moradores caninos, muitos deles que também fizeram sucesso nas redes socais.

Desde o início de seu governo, o presidente Jair Bolsonaro já teve seis diferentes cachorros circulando pelas dependências da residência oficial. Entre eles, está Augusto Bolsonaro, adotado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro após ser encontrado perdido nas imediações do Palácio do Alvorada. Ele chegou a ganhar um perfil "oficial" nas redes sociais com o sobrenome da família, mas precisou ser devolvido após identificado o antigo tutor do animal. Após a repercussão do caso, Bolsonaro chegou a fazer uma "cerimônia" no Palácio do Planalto para fazer a entrega do animal.

Os outros cachorros da família do atual presidente são Theo, o mais antigo membro da família canina, que já morava com os Bolsonaro antes de ele assumir a Presidência, e os vira-latas Faísca, Bartô, um animal cego adotado já com uma idade avançada, e Nestor, um cachorro caramelo que Bolsonaro chegou a segurar no colo no Palácio do Planalto no dia que sancionou a Lei Sansão, que estabeleceu penas mais duras para maus-tratos a animais. Os pets têm, inclusive, um perfil oficial no Instagram chamado Clube 20 patas, administrado por Michelle Bolsonaro. Lá é possível ver também registros da vira-lata Alvorinha, cachorrinho que rondava o Palácio da Alvorada e que foi abrigada pelo chefe do Executivo. Recentemente, o casal adotou o filhote George, um husky siberiano.

Michel Temer, que ocupou o Palácio de 2016 a 2018, antes de Bolsonaro, também dividiu a residência oficial com seus cachorros. O ex-presidente tinha um labrador de nome Thor e Picolly, um cachorrinho da raça Jack Russell.

A ex-primeira-dama Marcela Temer chegou a pular em um lago dentro do Palácio da Alvorada para resgatar Picolly, que entrou na água atrás dos patos que lá nadavam, mas não conseguiu retornar à margem. O incidente aconteceu enquanto ela caminhava pelo local com o filho, Michelzinho. À época, uma agente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — que acompanhava Marcela no passeio, mas que não prestou socorro ao animal — chegou a ser deslocada de função.

O outro cachorro da família, o labrador Thor, também ganhou notoriedade durante o governo de Temer. Ele virou alvo de memes após aparecer em uma foto postada pelo ex-presidente com uma aparência de "desanimado".

Morte investigada
Já a ex-presidente Dilma teve cinco companheiros caninos durante o período que integrou o governo federal, desde que assumiu a chefia da Casa Civil no governo Lula até o período que ocupou a Presidência da República. A petista foi tutora de uma basset hound chamada Fafá, que tirou das ruas durante uma de suas caminhadas pelas ruas de Brasília, e de quatro ladradores, entre eles Nego, que ganhou de presente de José Dirceu em 2005, quando assumiu o ministério, e que chegou a estrelar a campanha eleitoral em 2010.

A morte de Nego, inclusive, virou caso de polícia em 2017, um ano após Dilma deixar a Presidência. Após a o animal ser sacrificado aos 14 anos por orientação médica, por ter displasia coxo-femural, doença típica dos labradores, além de mielopatia degenerativa, o deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), então presidente da Frente em Defesa dos Animais na Câmara, fez uma denúncia de que ele estaria sofrendo maus-tratos.

À época, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot enviou o caso para a Justiça Federal, que o repassou à polícia do Distrito Federal, que deu prosseguimento à apuração. A presidente precisou divulgar um comunicado sobre o caso, onde afirmou que a investigação fazia parte de uma campanha para "achincalhar sua imagem e honra".

" A presidenta relutou e adiou o quanto pode, com a esperança de uma recuperação da saúde do labrador. E isso, infelizmente, não veio a ocorrer. Nego foi sacrificado, para tristeza de Dilma Rousseff. (....) É lamentável que, mais uma vez, queiram usar a relação de carinho e lealdade entre um cachorro e sua dona para reforçar a sórdida campanha acusatória que criou o ambiente para o golpe de 2016, por meio do fraudulento impeachment sem crime de responsabilidade" escreveu a assessoria da ex-presidente em comunicado.

História de resistência
Diferente dos demais cachorros presidenciais, o caminho de Resistência até a rampa do Palácio do Planalto foi um pouco mais longo. A relação de carinho entre a cachorrinha e seu atual tutor, o presidente eleito Lula, começou ainda à distância. Ela foi acolhida ainda filhote e debaixo de chuva por Marquinho e Cabelo, metalúrgicos de São Bernardo do Campo, que faziam parte do "Acampamento Lula Livre", grupo de apoiadores do petista que acampava na porta da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o então ex-presidente estava preso.

Lá, Resistência passou a vestir uma bandeira do PT, e se tornou quase que uma celebridade, posando para fotos com artistas e lideranças que passavam pelo local. Após ter problemas de saúde e precisar ser internada, a cadelinha foi levada para a casa de Janja, então namorada de Lula, e esperou meses até conhecer seu novo tutor em novembro de 2019, quando Lula foi solto.

Desde então, ela divide os carinhos do casal com Paris, uma outra cachorrinha sem raça definida adotada pelo casal. Janja teve ainda mais um cachorro, Thor, que morreu após 21 anos de convivência.

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