Reunião da Mesa Diretora da Câmara deve confirmar cassação de Deltan nesta terça (6)
Casa vai acelerar análise do caso e concluir trâmites uma semana após parlamentar apresentar defesa
A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados vai se reunir na tarde desta terça-feira (6) para analisar o processo de cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O corregedor da Casa, deputado Domingos Neto (PSD-CE), já terminou seu parecer, que vai ser analisado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e os demais integrantes da Mesa. O colegiado deve dar prosseguimento ao processo de cassação.
O processo é considerado apenas uma formalidade e não tem potencial para reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que pediu a perda do mandato de Deltan. Em nota, Domingos Neto já disse que o relatório analisa "apenas os aspectos formais da decisão".
A cúpula da Câmara resolveu acelerar o trâmite para confirmar a cassação. O corregedor tinha um prazo de até 30 dias, a partir do recebimento da defesa de Deltan, para entregar o parecer. A Mesa vai analisar o relatório uma semana depois de o ex-procurador se manifestar, como mostrou a coluna de Lauro Jardim.
Deltan foi o chefe da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal do Paraná. Apesar de ter reunido o apoio de dezenas de parlamentares em um pronunciamento feito no dia da decisão do TSE, sua atuação na operação rendeu a inimizade de diversos políticos. Em entrevista ao Globo, o ex-procurador disse que chegou a tentar conversar com Lira sobre a cassação, mas não conseguiu ser atendido.
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O TSE decidiu cassar o mandato de Deltan por entender que ele saiu do cargo de procurador visando evitar uma punição disciplinar. O deputado nega e tem declarado que a saída foi para ajudar em uma pré-campanha do ex-juiz Sergio Moro, que no final de 2021 tentava se viabilizar como candidato à Presidência, mas depois acabou indo ao Senado.
Na segunda-feira, o ex-procurador teve que prestar depoimento à Polícia Federal por dizer, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, que haveria interesses políticos por trás dos votos dos ministros do TSE favoráveis à cassação.