Reunião de Lula com ministros deve definir comando da segurança presidencial
PF e GSI disputam o controle do esquema de proteção ao presidente e seus familiares
Uma reunião na tarde desta quarta-feira (28) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça) e Marcos Amaro (Gabinete de Segurança Institucional) deve definir como ficará a segurança presidencial a partir do próximo sábado.
Costa, Dino, Amaro e a ministra da Gestão, Esther Dweck, discutiram o assunto nesta terça-feira, mas não houve definição. O titular da Casa Civil ficou de elaborar um modelo de funcionamento da estrutura de segurança e levar para apreciação de Lula.
Desde janeiro, a segurança de Lula é coordenada pela Polícia Federal por meio da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata, uma estrutura provisória com vigência prevista até 30 de junho. O trabalho sempre foi feito pelo GSI, mas no início da atual gestão houve a mudança por causa do receio do novo presidente de infiltração de militares bolsonaristas na equipe incumbida de protegê-lo.
A tendência agora é que a tarefa fique sob o comando do ministro do GSI e tenha uma estrutura híbrida, composta por integrantes da Polícia Federal.
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Nos bastidores, policiais federais e integrantes do Gabinete de Segurança Institucional têm travado uma intensa disputa por influência no esquema de proteção do presidente. Lula avalia que a melhor opção seria adotar um modelo híbrido, comandado pelo GSI, com policiais federais, policiais militares e civis. Com esse novo formato, o presidente teria flexibilidade de escolher qual equipe viajaria com ele.
A Polícia Federal, porém, rejeita essa ideia de ter agentes subordinados ao comando militar. A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) divulgou nota defendendo a permanência da Polícia Federal no comando da segurança presidencial e afirmando que "não é aceitável nem republicano" subordinação da Polícia Federal ao GSI.