Roberto Jefferson diz, em carta escrita na prisão, que pretende disputar o Senado em 2022
Segundo o bilhete, Jefferson disse que sua candidatura "daria uma forte ajuda" a Bolsonaro
Em uma carta escrita à mão dentro do complexo penitenciário de Bangu, o presidente afastado do PTB, Roberto Jefferson, afirmou a um aliado que planeja se candidatar ao Senado nas eleições de 2022. No bilhete, Jefferson disse que a sua candidatura ''daria uma forte ajuda" a Bolsonaro.
Em texto endereçado a "José Carlos", um amigo, Jefferson fala sobre o plano. “Pretendo disputar o Senado no ano que vem. Daria uma forte ajuda ao Bolsonaro como freio ao STF. Você viria como meu suplente”, escreveu.
O ex-deputado, no entanto, fez uma ressalva. ''Caso eles empurrem meu encarceramento até as eleições, precisarei mudar o projeto”.
A carta foi enviada na última quinta-feira. O ex-deputado ainda disse que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, ''aposta que não serei candidato a nada''. O presidente Jair Bolsonaro se filiou à legenda em novembro, depois de dois anos sem ter um partido para chamar de seu.
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Alvo de inquérito que apura a atuação de uma milícia digital, o ex-deputado está preso desde agosto por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Na carta, Roberto Jefferson chamou o magistrado de ''Xandão'' e afirmou que Moraes e Valdemar possuem relação com o ex-ministro José Dirceu (PT).
''Xandão e Valdemar têm como amigo e consultor Zé Dirceu. A coisa está vindo por aí”, declarou.
O ex-deputado ainda se mostrou preocupado com a decisão da subprocuradora-geral da República Lindôra Maria Araújo. Na semana passada, Lindôra enviou um parecer ao STF defendendo a manutenção da prisão em razão do comportamento de Jefferson.
''A Lindora, mudando todas as suas posições, se manifestou pela continuidade da minha prisão preventiva'',
Dias depois, o STF manteve a prisão preventiva do presidente afastado do PTB, após a defesa pedir a revogação da medida ou sua ida para o regime domiciliar.
De acordo com a decisão de Moraes, ainda há necessidade de manter Roberto Jefferson preso por entender que a medida é "necessária e imprescindível à garantia da ordem pública e à instrução criminal".