Logo Folha de Pernambuco

CPI da Covid

Rosa Weber prorroga inquérito sobre prevaricação de Bolsonaro no caso Covaxin

Rosa WeberRosa Weber - Foto: reprodução/vídeo

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 45 dias, nesta terça-feira (23), o inquérito que investiga o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por prevaricação quanto a supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

A ministra também deu cinco dias para que Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentem processos administrativos referentes à contratação e à importação da vacina.

A vice-presidente do STF determinou que as cópias integrais dos processos administrativos referentes à importação da Covaxin sejam encaminhadas à Polícia Federal (PF) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e pelo diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.

O pedido de prorrogação do inquérito foi feito pela Polícia Federal em outubro, quando disse ser necessária a realização de novas diligências com o intuito de esclarecer a materialidade, as circunstâncias e a autoria dos fatos sob investigação. Segundo a PF, o Ministério da Saúde decretou sigilo às informações. A PGR concordou com esses dois pedidos.

Segundo Rosa, as diligências solicitadas pela PF e corroboradas pela PGR "mostram-se pertinentes ao objeto da investigação, proporcionais sob o ângulo da adequação, razoáveis sob a perspectiva dos bens jurídicos envolvidos e úteis quanto à possível descoberta de novos elementos que permitam o avanço das apurações".

Para ela, a decretação de sigilo às informações por parte do Ministério da Saúde "não se mostra conciliável com a forma republicana e o regime democrático de governo", sobretudo "quando em jogo atos pertinentes à despesa pública e, no que diz com a hipótese dos presentes autos, a utilização de recursos escassos em cenário de grave crise sanitária nacional".

"Verdade é que nenhuma classificação restritiva de acesso à informação pode ser invocada para obstruir a produção de prova criminal, ainda que contra o Presidente da República", afirmou.

De acordo com a ministra, caso fosse possível decretar sigilo com essa finalidade "estar-se-ia legitimando a criação de um expediente administrativo apto a imunizar o Chefe de Estado contra atos de investigação criminal, com a exclusão de informações (eventualmente incriminadoras) do alcance da atividade probatória do Estado e da própria jurisdição penal desta Suprema Corte".

As denúncias sobre a Covaxin foram levantadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e o irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda. Eles relatam que avisaram Bolsonaro em uma reunião no dia 20 de março sobre suspeitas de irregularidades na compra do imunizante.

Veja também

PGR deve denunciar Bolsonaro no início de 2025; STF pode julgar ação no 1º semestre de 2025
EX-PRESIDENTE

PGR deve denunciar Bolsonaro no início de 2025; STF pode julgar ação no 1º semestre de 2025

PF deve concluir inquérito sobre "Abin paralela" até o fim do ano
BRASIL

PF deve concluir inquérito sobre "Abin paralela" até o fim do ano

Newsletter