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Carla Zambelli

'Ruptura institucional' foi citada em encontro com Bolsonaro, diz advogado de hacker

Ariovaldo Moreira afirmou que Walter Delgatti Netto prestava serviços remunerados a deputada Carla Zambelli

Hacker Walter Delgatti NetoHacker Walter Delgatti Neto - Foto: Reprodução/Youtube

Em entrevista à Globonews, na tarde desta quarta-feira, o advogado Ariovaldo Moreira, que representa o hacker Walter Delgatti Netto, disse que em um encontro entre seu cliente, a deputada federal Carla Zambelli e o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi citada a possibilidade de “ruptura institucional”. O defensor, no entanto, afirmou não poder fornecer detalhes sobre reunião, pois estaria sendo negociado um acordo de colaboração premiada.

Na entrevista, Moreira afirmou que Delgatti Netto prestou serviços remunerados para Zambelli. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de depósitos na conta dele e de seu irmão.

O advogado também afirmou que o hacker chegou a participar também de uma reunião no Ministério da Defesa para debater a segurança das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições. Ele teria sido o responsável, inclusive, pela elaboração de perguntas pela pasta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando a segurança dos equipamentos.

À Globonews, Moreira informou ainda que entrará com um pedido de revogação da prisão preventiva do rapaz no Supremo Tribunal Federal (STF).

— O que me preocupa neste momento não é a acusação que recai sobre meu cliente, mas o que me incomoda é ele estar preso. Ele colaborou com a Justiça. Se houve um mandado de busca na casa de uma deputada hoje, é porque meu cliente colaborou com as investigações. A prisão preventiva me pegou de surpresa, justamente porque ele narrou aos investigadores todo o caminho percorrido para invadir o sistema do CNJ. Levando em consideração que mesmo condenado, ele não ficaria no sistema fechado, pela pena máxima do crime que lhe é imputado, a decisão sobre a prisão me parece abusiva — disse o advogado.

Nesta manhã, Zambelli foi alvo de busca e apreensão em seu apartamento funcional e em seu gabinete, no Congresso Nacional. Foram cumpridos ainda mandados contra alguns de seus assessores e um de prisão preventiva contra Delgatti Netto, que confessou ter invadido a plataforma e incluído um mando de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Em depoimento, Delgatti Netto disse que Zambelli pediu que ele invadisse as contas de e-mail e o telefone do magistrado. A solicitação teria sido feita durante um encontro na Rodovia dos Bandeirantes, na capital paulista, em setembro de 2022. 

À PF, ele disse que só conseguiu acessar o e-mail de Moraes, mas não encontrou nada de comprometedor, e que não obteve êxito ao tentar acessar o celular do magistrado. Ele também alegou ter tentado invadir o sistema de segurança das urnas eletrônicas, mas também sem sucesso.

Zambelli, que chegou a levar o hacker a reuniões em Brasília, chegou a afirmar a interlocutores que sua intenção era discutir a possibilidade de ele integrar uma equipe de consultores contratados para fiscalizar as urnas eletrônicas. A parlamentar levou Delgatti a um encontro com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido, e outro com Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

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