Saiba como filho de Rogério de Andrade agia com o pai em bando que explora jogos de azar
De acordo com o MPRJ, ele também gerenciaria atividades de casas de apostas exploradas pelo pai
Herdeiro de um dos chefes da contravenção, Gustavo de Andrade da Silva, filho do contraventor Rogério de Andrade, aparece pela primeira vez ao lado do pai, em uma investigação sobre um grupo responsável por explorar jogos de azar no Rio e em outros estados.
Uma das 29 pessoas que tiveram prisões preventivas decretadas pela Justiça, por suspeita de integrar o grupo criminoso, Gustavo era tratado por outros integrantes do bando, segundo denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), como Príncipe Regente, Filho, ou Zero Dois.
Segundo o MPRJ, além de ser o segundo na hierarquia do bando chefiado por Rogério, Gustavo chegou a ficar à frente da organização criminosa, durante um breve período de 2018, quando o pai foi preso ao ir depor em uma vara federal, em junho daquele ano. No documento, o herdeiro de Rogério de Andrade é apontado como o responsável por realizar reuniões para tratar da expansão dos domínios das áreas controladas pelo bicheiro. De acordo com o MPRJ, ele também gerenciaria atividades de casas de apostas exploradas pelo pai.
Num episódio citado na investigação do Ministério Público, Gustavo teria planejado e implementado jogos de cartas em um bingo. A casa de apostas ficava no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, e era administrada pelo ex-segurança de Rogério de Andrade, o PM reformado Ronnie Lessa.
O militar é um dos dois presos pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, executados a tiros, em março de 2018. Gustavo Andrade é irmão de Diogo Andrade, de 17. O rapaz morreu numa explosão, em 2010, durante um atentado que tinha o objetivo de matar Rogério de Andrade.
Leia também
• Operação que mirou Rogério de Andrade e Ronnie Lessa vazou, revela MP
• Investigação sobre morte de Marielle ajudou MP em operação contra Ronnie Lessa e Rogério Andrade
• Veja quem são os denunciados na operação contra Ronnie Lessa e casas de aposta
Contraventor responsável por controlar pontos de bicho e máquinas de caça-níquel na Zona Oeste, Rogério teve outro parente com a prisão decretada por integrar o bando que explora jogos de azar. Segundo a investigação do MPRJ, Carlos Alexandre Andrade Pires da Silva, primo do bicheiro, é suspeito de atuar na tomada de territórios com o exercício força e violência. Outros nomes importantes do bando que, entre outros crimes, estaria envolvido ainda com lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, são o sargento PM Márcio Araújo de Souza e o PM Daniel Rodrigues Pinheiro.
De acordo com o MPRJ, Márcio seria chefe da segurança do grupo criminoso e gestor do aparato bélico e humano do bando. Ele também é suspeito de ser o responsável pela segurança dos pontos de jogos administrados pela quadrilha . Em fevereiro de 2021, o sargento foi preso por suspeita de ter contratado os pistoleiros que mataram o bicheiro Fernando Iggnácio, genro de Castor de Andrade e inimigo de Rogério de Andrade.
O crime aconteceu em novembro de 2021 no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Já o PM Daniel Rodrigues Pinheiro, segundo denúncia do MPRJ, é apontado na investigação como chefe da segurança pessoal de Rogério e Gustavo de Andrade. Todos os citados foram investigados pelo Ministério Público e tiveram as prisões decretadas pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Ao todo, 30 pessoas foram denunciadas pelo MPRJ e 29 tiveram as prisões preventivas decretadas pela Justiça. Nesta terça-feira, o Ministério Público deflagrou a Operação Calígula para cumprir os mandados de prisão e mais 119 mandados de busca e apreensão. Entre os endereços em que os agentes estiveram , estão quatro bingos administrados pelo grupo criminoso.