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INVESTIGAÇÕES

Saiba quais as investigações contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Ex-funcionário do ex-presidente foi preso pela Polícia Federal em um inquérito que apura infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e até corrupção de menores

Mauro Cid e o ex-presidente Jair BolsonaroMauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução / Alan Santos / PR / Divulgação

Preso na última quarta-feira (9) a partir de em um inquérito que apura infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de vacinação contra a Covid-19 e até corrupção de menores, o tenente-coronel Mauro Cid também é investigado por outros crimes. Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o oficial tem contra si inquéritos por quebra de sigilo funcional e até por lavagem de dinheiro, diante da apreensão de US$ 35 mil em espécie na sua casa, em Brasília.

As investigações contra Cid tiveram início em agosto de 2021, a partir da quebra de sigilo telemático do então ajudante de ordens no inquérito que investigava o ex-presidente pelo vazamento de uma investigação da PF. Na ocasião, em meio a uma escalada de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro divulgou informações nas redes sociais sobre uma invasão hacker ao sistema da Corte Eleitoral, como uma forma colocar em dúvida o sistema eleitoral.

Com os dados contidos na nuvem do telefone de Cid, os investigadores pediram o indiciamento do militar por violação de sigilo funcional, pois ele teria sido o responsável por publicar o conteúdo do inquérito na internet, para que fosse divulgado por Bolsonaro. De acordo com a corporação, ele, “na condição de funcionário público, revelou conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências”.

Na semana passada, também a partir de dados obtidos no celular de Cid, a PF realizou uma operação contra um suposto esquema de fraude em cartões de vacinação, que passou a ser investigado no inquérito das milícias digitais. Os documentos de parentes e funcionários do ex-presidente, incluindo o da mulher do ex-ajudante de ordens, teriam sido forjados.

Durante o cumprimento de seis mandados de prisão e de 17 de busca e apreensão, os policiais federais localizaram US$ 35 mil em espécie na casa de Mauro Cid, em uma vila militar no Distrito Federal. Os valores teriam sido sacados pelo oficial de uma conta bancária em Miami, em março. Agora, ele passou a ser investigado também por lavagem de dinheiro, e detalhes da movimentação financeira internacional do ex-ajudante de ordens da Presidência estão sendo levantados.

“Esse dinheiro não vem de cueca ou mala, vem de trabalho. É fato conhecido que todo militar que faz missão no exterior tem em seu favor aberta uma conta bancária no Banco do Brasil em Miami. Lá são depositados os soldos, foi comprovado imediatamente. Essa verba sequer poderia ter sido apreendida”, disse o advogado Rodrigo Roca, que representa Mauro Cid, à Globonews.

Durante a análise das mensagens, a PF encontrou indícios de que Cid teve participação em episódio que estava sendo investigado em outro inquérito: a declaração de Bolsonaro com uma relação falsa entre a vacina contra a Covid-19 e a Aids. Por isso, pediu o compartilhamento da quebra de sigilo com esse inquérito.

Além disso, também foi solicitado o compartilhamento de todo esse inquérito com outra investigação, que apura a atuação de uma suposta milícia digital. Os dois pedidos foram aceitos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator dos três inquéritos, em fevereiro do ano passado.

Durante a análise das mensagens, a PF também encontrou conversas que levantaram suspeitas sobre transações financeiras operadas de Cid. Foi solicitada a quebra do sigilo bancário, o que foi determinado por Moraes. Em janeiro, o portal Metrópoles afirmou que houve avanços na investigação e que há suspeitas de que o ex-ajudante de ordens operava um “caixa paralelo” no Palácio do Planalto. O caso está sob sigilo.

Também a partir das mensagens obtidas na quebra de sigilo, em dezembro de 2022, houve o indiciamento de Cid por incitação ao crime, por estimular as pessoas a não utilizarem máscaras e pela contravenção penal de "provocar alarme ou perigo inexistente" ao associar vacina e Aids. De acordo com a PF, Cid produziu as informações falsas divulgadas por Bolsonaro em transmissões ao vivo.

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