Saiba quem é Elizeta Ramos, que pode assumir interinamente PGR no lugar de Aras
Subprocuradora foi eleita vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal
A subprocuradora-geral da República Elizeta Ramos foi eleita nesta terça-feira vice-presidente do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF). Uma das principais atribuições do posto é assumir interinamente a chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em caso de vacância do posto — o que pode ocorrer no fim desse mês, com o fim do mandato de Augusto Aras.
Por isso, caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não faça sua indicação para a PGR até o dia 26 de setembro, Ramos assumirá interinamente o comando do órgão.
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Lula já indicou a auxiliares que não deve reconduzir Aras, mas ainda não definiu quem será seu substituto. Após a indicação do presidente, o nome ainda precisa ser aprovado pelo Senado.
Atualmente, Ramos é coordenadora da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional, órgão que supervisiona ações do Ministério Público Federal (MPF) relacionadas a esses dois temas. Ela também já atuou como corregedora-geral do MPF e coordenou a Câmara de Direitos Sociais e Fiscalização de Atos Administrativos em Geral.
Em 2020, quando era corregedora, Ramos determinou a abertura de uma sindicância para analisar uma acusação da antiga força-tarefa da Lava-Jato de Curitiba de que a subprocuradora Lindôra Araújo teria tentado realizar uma manobra ilegal para tentar copiar dados sigilosos da operação.
Em 2021, ainda na Corregedoria, ela escreveu em um ofício interno que uma manobra adotada por Augusto Aras poderia ser usada "para o atendimento de expectativas pessoais ou politicas" com o objetivo de blindar aliados ou perseguir adversários.
Ramos protestou contra o fato de o procurador-geral ter enviado para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) um processo contra um assessor seu que estava na Corregedoria do MPF.
No ano passado, ela reclamou do serviço de transporte da PGR. Durante uma sessão do CSMPF, ela relatou que deixou de ter um motorista dedicado somente a ela, e que um dia teve que pedir um Uber porque não havia ninguém para buscá-la.
— Será que subprocurador não pode andar de Uber? Claro que pode — afirmou, acrescentando depois: — O problema é: nós vamos ficar com um transporte assim? Cada vez que eu pedir um motorista, no dia seguinte vai ser uma dolorosa interrogação? Ele vai ou não? Eu que vou ter que ligar para cá, vou ter que pegar o Uber.