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CRIME ELEITORAL

Saiba quem é Wladimir Costa, ex-deputado preso por crimes eleitorais

Costa também foi denunciado por violência política contra a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA). O Tribunal Regional Eleitoral ordenou a exclusão das postagens em redes sociais

Ex-deputado Wladimir Costa foi presoEx-deputado Wladimir Costa foi preso - Foto: X/Reprodução

A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira (18), no Aeroporto Internacional de Belém (PA), o ex-deputado federal Wladimir Costa, acusado de crimes eleitorais. Ele foi abordado ao desembarcar na capital paraense e encaminhado ao sistema prisional do estado. Famoso por ter tatuado com henna o nome do ex-presidente Michel Temer no ombro, Costa também foi denunciado por violência política contra a deputada Renilce Nicodemos (MDB-PA). O Tribunal Regional Eleitoral ordenou a exclusão das postagens em redes sociais que motivaram o mandado de prisão.

Costa ficou conhecido por fazer uma tatuagem falsa em homenagem a Temer no ombro. Acima do nome do presidente, aparecia uma bandeira do Brasil. O deputado foi dos maiores apoiadores do ex-presidente na votação que suspendeu a denúncia por corrupção passiva apresentada pela Procuradoria Geral da República contra o emedebista. Costa também se destacou durante as sessões de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, quando estourou um rojão de confetes durante seu discurso alegando que o governo do PT dava "um tiro de morte" no coração do povo brasileiro.

Em seu perfil no "X", antigo Twitter, "Wladi", como é conhecido no meio político, se apresenta como empresário, cantor, compositor, radialista, apresentador de TV e ainda mantém o cargo de deputado federal. Ele cumpriu quatro mandatos pelo estado do Pará, sendo o último deles de 2015 a 2019. Em 2018, ele foi escolhido como líder da bancada do Solidariedade na Câmara.

Mandato cassado
Wladimir Costa foi condenado em dezembro de 2017 por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral do Pará por abuso de poder econômico e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2014. A decisão determinou a cassação do mandato de Wladimir, além de torná-lo inelegível por oito anos.

O ex-deputado também chegou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal por peculato por suposto desvio de salários de funcionários de seu gabinete na Câmara. De acordo com o MPF, em 2005, três servidores repassavam ao deputado parte dos salários que recebiam. O processo, que era investigado desde 2009, foi encerrado em 2018 após o Supremo Tribunal Federal (STF) absolver por unanimidade o ex-parlamentar. Para os ministros, não haviam provas da prática do crime. Na época, Wlaudecir Costa, irmão do deputado, também foi absolvido.

Denúncia de assédio
Em uma dessas abordagens sobre a tatuagem com o nome de Temer, Wlad foi acusado de assédio após uma repórter perguntar se era definitiva, e ele responder que para ela, só mostrava se fosse "o corpo inteiro". O caso foi levado ao Conselho de Ética da Câmara, acusado de falta de decoro, mas acabou arquivado.

Em outro episódio, durante as articulações para barrar o avanço das investigações sobre a denúncia que pesava contra o ex-deputado por corrupção passiva, e que havia chegado à Câmara dos Deputados, Wladimir Costa foi flagrado, dentro do plenário e durante a votação, trocando mensagens com uma mulher em que pedia para ela "mostrar a bunda", com a justificativa de que "não são suas profissões que a destacam como mulher".

Condenado por ofensas a artistas
Wladimir Costa foi condenado por ofensas contra os artistas Wagner Moura, Letícia Sabatella, Sônia Braga, Glóra Pires e o marido dela, Orlando de Morais, em janeiro de 2023. As ofensas ocorreram em julho de 2017. Wlad, que era filiado ao partido Solidariedade, mencionou os artistas ao fazer referência ao movimento '342 Agora', que tinha integrantes da classe artística que pediam aos parlamentares que fossem a favor da aceitação da denúncia de corrupção feita pela PGR contra o então presidente Michel Temer.

Na época, Wlad disse que os artistas eram "vagabundos" pelo uso dos fundos da lei Rouanet. No discurso, falou que Wagner Moura era um "ladrão" e trocou o nome de Letícia Sabatella por "Letícia Mortadela". Em uma rede social, Wlad se manifestou sobre a condenação: "Não retiro nenhuma vírgula do que falei".

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