Saiba quem são as 13 testemunhas escolhidas pela defesa de Bolsonaro após a denúncia
Advogados do ex-presidente também argumentaram pela anulação da delação premiada de Mauro Cid e alegaram tentativa de 'cerceamento' pelo volume de autos e documentos apresentados
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enviou nesta quinta-feira o pedido para a convocação de 13 testemunhas a serem ouvidas no processo sobre a trama golpista.
No mês passado, o ex-mandatário foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de ter cometido cinco crimes associados à tentativa de golpe de estado no país após a derrota nas eleições de 2022.
Os nomes poderão ser convocados a depor em favor de Bolsonaro, caso a denúncia seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal.
A lista de testemunhas conta com aliados do ex-presidente, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de senadores que ocuparam cargos no governo Bolsonaro.
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Entre eles, aparecem figuras como o ex-presidente Hamilton Mourão (Republicanos), o ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN), o ex-ministro da Casa Civil e presidente do PP Ciro Nogueira. Outro parlamentar convocado foi o deputado federal e general Eduardo Pazuello (PL-RJ), que comandou a pasta da Saúde durante o governo passado.
Também foram listados os ex-comandantes do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, o brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior, que se opuseram à instauração de um golpe pelo núcleo considerado mais "radical". Já o ex-chefe da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, não foi arrolado como testemunha, já que também foi denunciado por participação na trama golpista, após ter anunciado que colocaria suas tropas "à disposição" do ex-presidente.
A defesa do ex-mandatário também indicou o nome do general Júlio César de Arruda, que, segundo a delação do tenente-coronel Mauro Cid, faria parte de um núcleo considerado "mais moderado" no entorno ex-presidente. Em seus depoimentos, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro também citou o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado — apontado como integrante da ala mais radical —, que também foi arrolado como testemunha de Bolsonaro.
Completam a lista de nomes escolhidos pela defesa do ex-presidente o coronel Wagner Oliveira da Silva, o ex-subchefe de assuntos jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, o ex-secretário-executivo da Casa Civil Renato Lima França e o advogado Amaury Feres Saad.
Veja a lista completa de testemunhas escolhidas pela defesa de Bolsonaro:
Amaury Feres Saad
Coronel Wagner Oliveira da Silva
Renato de Lima França
General Eduardo Pazuello
Senador Rogério Marinho
General Hamilton Mourão
Senador Ciro Nogueira
Governador Tarcísio Gomes de Freitas
Senador Gilson Machado
General Marco Antônio Freire Gomes
Brigadeiro Carlos de Almeida Batista Júnior
General Júlio César de Arruda
Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro
Resposta à denúncia
Além de apresentar a lista de testemunhas, a defesa do ex-presidente pediu ao STF a anulação da delação de Cid – um dos principais elementos da acusação – e afirmou que há um "cerceamento" do trabalho dos advogados por uma estratégia conhecida como "document dump". Segundo os defensores de Bolsonaro, o acesso a elementos de prova foi negado e houve um excesso de documentos disponibilizados, de forma desordenada.
Ao STF, a defesa do ex-presidente também negou todas as acusações apresentadas pela PGR e pediu ainda que seja declarada a nulidade da investigação desde a quebra de sigilo de Cid pela Polícia Federal, em 2021. Além disso, é solicitado que o caso de Bolsonaro seja apreciado pelo plenário do Supremo, e não pela Primeira Turma, sob o argumento de que se trata de um ex-presidente da República e, por isso, haveria necessidade da participação de todos os ministros da Corte.