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Saiba quem são os três deputados da base que apoiaram pedidos de impeachment contra Dino e Lula

Parlamentares do PSD e União estão entre os signatários dos dois textos protocolados pela oposição; presidente virou alvo após defender reparação simbólica do mandato de Dilma Rousseff

Lula e Flávio Dino Lula e Flávio Dino  - Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Apesar de integrarem a base de apoio de Lula (PT) e, juntos, somarem cinco ministérios, o União Brasil e o PSD não tem garantido apoio total ao presidente. Prova disso é que parte de seu quadro está alinhado à oposição. No intervalo de uma semana, três deputados apoiaram duas propostas totalmente contrárias ao Palácio do Planalto: os pedidos de impeachment do chefe do Executivo e do ministro de Justiça Flávio Dino.

Historicamente, os textos terminaram arquivados pelo presidente da Câmara antes mesmo de tramitarem, mas são usados como forma de marcar posicionamento político.

O primeiro alvo dos apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) foi o presidente Lula. Na semana passada, o petista deu declarações a favor de uma reparação simbólica do mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O posicionamento ocorreu após uma decisão da Justiça Federal pela manutenção do arquivamento das "pedaladas fiscais", denúncia que culminou na cassação.

O aceno a sua correligionária não agradou em nada a oposição que reuniu 41 parlamentares em mais um pedido de impeachment. Entre eles, cinco que integram a base do governo.

O segundo impasse ocorreu após Flávio Dino não ter enviado à CPI do 8 de janeiro as imagens dos atos em sua completude. O ministro afirmou que parte das filmagens foram apagadas pela prestadora de serviço que faz o monitoramento. A justificativa, no entanto, não convocou.

Em texto de Paulo Bilynskyj, 44 parlamentares pediram a saída do ministro. O ponto em comum entre as duas propostas é a reincidência de três signatários: Coronel Assis (UNIÃO/MT), Rodrigo Valadares (UNIÃO/SE), Sargento Fahur (PSD/PR).

Os deputados em questão pertencem a partidos com cargos no primeiro escalão do governo. O PSD tem três pastas comandadas por Carlos Fávaro (Agricultura), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira). Por sua vez, o União Brasil tem Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) no primeiro escalão.

Quem são os deputados?

Sargento Fahur
Policial militar reformado, Sargento Fahrur está em sua segunda legislatura. Em 2018, quando concorreu as suas primeiras eleições, tinha o desejo de se candidatar pelo PSL, partido de Bolsonaro à época, mas foi vetado por dirigentes partidários. Apesar de integrar o PSD, seguiu alinhado ao ex-presidente.

Em fevereiro deste ano, chegou a ameaçar Flávio Dino em evento armamentista no Congresso:

— Falaram nesse governo em tirar o porte de arma inclusive do policial aposentado, da reserva. Em muitos casos, estarão condenando esses policiais a morte — diz o deputado federal paranaense, que está em seu primeiro mandato no cargo — Eu trabalhei 35 anos na Polícia Militar dando coronhada e tiro em cabeça de vagabundo (...) Flávio Dino, vem buscar minha arma aqui, seu merda.

Coronel Assis
Apoiador de Jair Bolsonaro, Coronel Assis é ex-comandante da Polícia Militar e se elegeu com o discurso pautado na segurança pública. Atualmente, cumpre seu primeiro mandato eletivo, nunca tendo se candidato antes de 2022. Defensor do agronegócio, criticou Lula em declarações na CPI do MST, da qual é titular.

Rodrigo Valadares
Do União Brasil, Valadares adere aos projetos da oposição, inclusive a proposta que visa anistiar Jair Bolsonaro, condenado inelegível pelo TSE. Antes da Câmara, chegou a assessorar o ex-presidente Michel Temer.

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