Saída de Eduardo Bolsonaro do país é mencionada durante jantar na casa de Moraes com senadores
Ministro do STF realizou evento em seu apartamento em Brasília
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes ofereceu um jantar na noite desta terça-feira para o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que contou com integrantes dos Três Poderes.
Leia também
• Barroso frustra Bolsonaro e vota por Moraes, Zanin e Dino no julgamento da denúncia do golpe
• Bolsonaro aposta em relação pessoal com Trump para conseguir asilo a Eduardo
• Bolsonaro diz que pretende "bancar" Eduardo dos EUA e que recebeu propostas de doação de dinheiro
O evento, no apartamento do magistrado em Brasília, ocorreu no mesmo dia em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu se licenciar do cargo e se mudar para os Estados Unidos alegando perseguição política.
A saída do parlamentar do país esteve entre os temas das conversas no convescote das autoridades.
Eduardo alegou como motivo para seu “autoexílio” o temor de ser preso por uma suposta ordem de Moraes.
O ministro, no entanto, arquivou ontem uma representação do PT que pedia a apreensão do passaporte do deputado.
A ideia do jantar de Moraes para o senador mineiro já tinha sido conversada pelos dois há algum tempo e a noite de ontem foi a data encontrada para acomodar a agenda de todos
O encontro teve a presença de ministros do Supremo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), incluindo o presidente da Corte, Herman Benjamin. Também esteve presente o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
No evento, o ministro Luis Felipe Salomão, do STJ, conversou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), sobre a reforma do Código Civil.
O projeto que atualiza as normas foi protocolado pelo ex-presidente do Senado no seu último dia no posto, em fevereiro.
O texto é fruto do trabalho de uma comissão de juristas presidida por Salomão e é tido internamente como um projeto que pode vir a marcar a gestão de Alcolumbre.
O jantar acontece após Pacheco ter descartado a possibilidade de virar ministro na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
No fim de semana, o senador avisou ao presidente que pretende continuar no Senado.
Com o nome cotado para assumir uma pasta na gestão petista, o senador afirmou que sua ajuda se dará integrando a base aliada do Congresso.
Na conversa com Lula, no entanto, Pacheco deixou em aberto a possibilidade de concorrer ao governo de Minas Gerais em 2026 — o parlamentar é o nome favorito de Lula para disputar o Palácio da Liberdade.
Caso assumisse uma pasta, o senador teria que se desincompatibilizar até abril do ano que vem, seis meses antes das eleições.
Pacheco quer trabalhar pela Reforma do Código Civil e também se comprometeu com Lula a trabalhar pela pauta prioritária do governo no Congresso em 2025, como o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Desde que Pacheco deixou o comando do Senado, articuladores políticos de Lula estavam encarregados de costurar a entrada de Pacheco no governo. Líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), chegou a avisar ao senador que gostaria de conversar com ele sobre espaços na Esplanada dos Ministérios.