"Saidinha", crise com Congresso e greves: os principais pontos do café de Lula com jornalistas
O presidente também afirmou que não viu o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou, na manhã da terça-feira, 23, um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
No encontro, Lula respondeu a questionamentos de diferentes temas políticos e econômicos, como o veto ao projeto de lei que acaba com a "saidinha" dos presos e a meta fiscal de superávit primário do governo.
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O presidente também afirmou que não viu o ato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Praia de Copacabana, no Rio, e tentou minimizar a crise que o Planalto trava com o Congresso Nacional. Lula também não mostrou preocupação com as recentes pesquisas que avaliam negativamente o governo.
Confira os principais trechos do encontro de Lula com os jornalistas:
Veto ao projeto que acaba com 'saidinha' de presos
O presidente afirmou que "o problema é do Congresso" se o Legislativo resolver derrubar o veto presidencial ao projeto de lei que acaba com a saída temporária de presos, também conhecida como "saidinha". A Câmara e o Senado vão promover uma sessão conjunta nesta quarta-feira, 24, para decidir sobre a manutenção ou a rejeição do veto de Lula.
Ato de Bolsonaro no Rio
O presidente disse que não viu o ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, realizado na Praia de Copacabana neste domingo, 21. O petista afirmou que estava mais interessado em fotografar os ninhos de joão-de-barro do Palácio da Alvorada.
Nas redes sociais, aliados de Lula evitaram comentar sobre a manifestação em favor de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. O ato realizado por Bolsonaro reuniu 32,7 mil pessoas, segundo o Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP), e foi marcado por acusações de parcialidade contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e gestos de gratidão ao empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter) e da montadora de supercarros Tesla. Desde o início do mês, Musk abriu fogo contra o STF ao acusar a Corte de promover censura.
Crise entre Planalto e Congresso
Lula tentou minimizar a crise entre o Planalto e o Congresso e afirmou que desentendimentos com a Câmara e o Senado fazem "parte do jogo". O presidente afirmou que o governo precisa ter "cuidado" para manter uma relação harmoniosa com os congressistas e indicou a existência de um acordo com o Centrão
Mudança de ministros na Esplanada
Questionado sobre uma possível reforma ministerial, Lula afirmou que não promoverá mudanças "neste instante". O petista, porém, sugeriu que alterações na Esplanada podem ocorrer em breve. "Eu não conheço um técnico que anuncie, quando o time entra em campo, quem ele vai tirar. O time entra para jogar, está jogando do jeito que eu acho que deve jogar", disse o presidente, fazendo uma analogia com o futebol.
Baixa aprovação do governo em pesquisas de opinião
O presidente minimizou as pesquisas de opinião divulgadas no início deste ano. Segundo Lula, "um político qualquer que tiver preocupação com pesquisa no começo do seu mandato efetivamente não está preparado para ser político". Desde que a baixa aprovação foi atestada pelos institutos, o petista cobrou mais divulgação dos programas governamentais por parte dos ministros e apostou em uma aproximação com o eleitorado evangélico.
'Tudo no Brasil é gasto'
O presidente criticou a visão de que despesas com educação, saúde e desenvolvimento social são consideradas "gastos". Lula disse que "tudo no Brasil é gasto" e "a única coisa que parece investimento é o superávit primário", em referência ao esforço do governo para equilibrar as contas públicas.
Greves por reajustes salariais
No café da manhã com jornalistas, Lula disse que "acha legal" as greves que os servidores públicos estão fazendo em busca de reajustes salariais. O presidente anunciou que prepara um aumento de salário "para todas as carreiras". O reajuste, porém, não deve ser na integralidade do que o reivindicado pelos grevistas.
Novas críticas ao presidente do Banco Central
O chefe do Executivo voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo nível da taxa básica de juros do País, a Selic, que está em 10,75%. De acordo com Lula, Campos Neto tem que saber que quem "perde dinheiro" com juro alto é o "povo brasileiro". "Com todo respeito ao mercado, eu quero mais bem ao Brasil que ao mercado", afirmou.
Volta de Eduardo Cunha ao cenário político
Questionado sobre a volta do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PRD-RJ) para o cenário político, Lula afirmou que "anormal é se ele estiver tendo influência política nas decisões do Congresso Nacional". Recentemente, Cunha voltou a circular por Brasília e disse que voltará a aparecer nas urnas em 2026.