Caso Marielle

Sâmia Bomfim cobra manter prisão de deputado acusado de mandar matar Marielle

Parlamentar do PSOL se emocionou ao falar do caso da vereadora de seu partido; no ano passado, seu irmão foi executado ao ser confudido por integrantes desses grupos paramilitares

Sâmia Bomfim em sessão na comissão da CCJ que aprecia pedido de prisão de Chiquinho Brazão Sâmia Bomfim em sessão na comissão da CCJ que aprecia pedido de prisão de Chiquinho Brazão  - Foto: Reprodução

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) se emocionou nesta quarta-feira ao se pronunciar na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que analisa pedido de prisão do também parlamentar Chiquinho Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco. Em sua fala, a parlamentar cobrou os presentes pela punição de Brazão.

Segundo Sâmia, a execução de Marielle Franco em 2018 exemplifica a atuação das milícias na cidade e estado do Rio de Janeiro. No ano passado, seu irmão, Diego Ralf Bomfim, foi confundido por integrantes desses grupos paramilitares e assassinado em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste da capital, enquanto tomava uma cerveja em um quiosque.

Sem citar seu irmão nominalmente, a psolista afirmou que a dor da família de Marielle é a mesma de muitas outras famílias.

— É preciso acabar com a milícia porque matou a Marielle, mas não somente ela. Muitas famílias choram todos os dias pela atuação das milícias — afirmou.

No início de sua declaração, Sâmia Bomfim afirmou que bolsonaristas usam de um argumento jurídico para justificar uma posição política. Segundo parlamentares da oposição, a manutenção da prisão iria contra a Constituição Federal, que prevê detenção em flagrantes de crimes inafiançáveis.

— Operam um esquema para que os deputados não aparecem na sessão. E aqui eu ouvi parlamentar evocando a Constituição Federal, a mesma que eles se esqueceram quando tentaram tramar um golpe de estado. Agora, quando é para defender o assassino de Marielle, fingem que consideram a Constituição — disse — Não há malabarismo jurídico que justifique um voto pela liberação, pela soltura de Chiquinho Brazão, o que há é um argumento político.

Após a fala de Sâmia Bomfim, sua colega de bancada, a deputada Fernanda Melchionna (RS) citou nominalmente o caso de seu irmão.

— As milícias matam todos os dias, matam crianças, matam jovens. Aqui nossa colega Sâmia Bomfim teve um irmão assassinado, também por conta dessas quadrilhas — disse Fernanda Melchionna.

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