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Ministro da Defesa

"Se for, que fique por lá", diz José Múcio sobre a presença de militares na política

Ministro voltou a defender a separação entre as forças militares e os Três Poderes

José Múcio MonteiroJosé Múcio Monteiro - Foto: Evaristo Sá/AFP

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, voltou a defender nesta segunda-feira (8) a separação entre os militares e a política. Em entrevista coletiva após agenda no Rio, o ministro de Lula (PT) afirmou que integrantes das Forças Armadas podem participar do jogo político, desde que não retornem aos seus postos.

— Quando vai para a política você começa com proselitismo da candidatura e das ideias. Quando perde a eleição, você volta com isso os quartéis e começa a criar grupos políticos e perde o foco principal das Forças Armadas. Acho que, se quer ir para a política, vá. Mas se for, fica lá — afirmou o ministro após participar de uma solenidade em comemoração aos 78 anos do final da Segunda Guerra Mundial.

Na semana passada, em Brasília, o ministro da Defesa já tinha defendido que militares encerrem suas carreiras antes de ingressar na política. Na ocasião, Múcio afirmou que o envolvidos nos dois prejudicam a disciplina e a hierarquia.

— Qualquer militar que se dispuser a entrar na política, com sucesso ou insucesso, ele não poderia voltar às Forças Armadas. Isso porque a experiência diz: aqueles que não têm sucesso na política voltam para se preparar para o novo pleito, com proselitismo político. Aí criam grupos políticos e começam a fazer campanha dentro das próprias forças, prejudicando a blindagem de dois vetores importantíssimo nas Forças Armadas, que são disciplina e hierarquia — disse na ocasião

A afirmação de Múcio diverge da opinião do novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Antonio Amaro dos Santos. Em entrevista ao Valor, Amaro disse não considerar "adequada" uma mudança na Constituição para obrigar militares a deixarem as Forças Armadas ou migrarem automaticamente para a reserva se pretenderem disputar cargos eletivos ou para assumir ministérios do governo.

— Eu não acho que é uma medida muito adequada. Essa é a minha opinião pessoal. Não estou falando como chefe do Gabinete de Segurança Institucional — ponderou Amaro, complementando: — Isso vai valer para outras carreiras de Estado? Se valer para outras carreiras de Estado, eu concordo plenamente” — acrescentou.

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