Minas Gerais

Sem citar Lula, Zema rebate presidente e diz que sempre buscou soluções para dívida de Minas

Em uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chefe do Executivo afirmou que o governador nunca esteve em uma reunião com o governo federal

O presidente Lula em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco O presidente Lula em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco  - Foto: Reprodução

Sem citar o nome de Lula (PT), o governador de Minas, Romeu Zema (Novo) rebateu a fala do presidente que, nesta terça-feira, havia criticado a sua postura na renegociação da dívida pública do estado. Em uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, Lula disse que Zema não esteve em nenhum encontro com o governo federal para tratar sobre o tema e enviou o seu vice, Mateus Simões (Novo), em seu lugar.

Em suas redes sociais, o governador publicou uma agenda antiga sua agenda com o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e deu um recado para o presidente: "Desde o início da minha Gestão busco soluções pra Recuperação Econômica de Minas. Em maio, ao lado dos outros governadores, estive com o Ministro Haddad pra resolver a dívida dos Estados. Hoje estou em Brasília mais uma vez, na busca de diálogo e solução. Afinal, há 5 anos o plano foi apresentado para resolver essa dívida do passado que nós mineiros teremos que pagar", escreveu junto a hashtag #MentiraTemPernaLonga, em alusão ao ditado popular "mentira tem perna curta".

Na ocasião, os governadores de Goiás, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul também estiveram com o integrante do primeiro escalão do governo. Como disse o governador, na tarde desta quarta-feira, ele se encontra com Pacheco e Haddad em reunião para tratar sobre a renegociação.

O presidente do Senado, contudo, defende um plano diferente de Zema. Nesta terça-feira, o senador entregou uma carta ao petista, em que critica o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), em tramitação na Assembleia e considerado "essencial" pelo governador, e apresentou uma proposta alternativa, com algumas frentes, entre elas: aferir o montante da dívida para tentar diminuí-la, destinar à União os créditos estaduais, como o do acordo pelo desastre de Mariana, além de federalizar as companhias do estado.

De acordo com o senador, a medida é “paliativa” e não solucionará o endividamento do estado. “A estruturação do RRF, nos moldes propostos pelo governo mineiro, prejudica os municípios, penaliza servidores públicos sem que isso construa uma solução definitiva, pois no futuro será uma dívida impagável”, disse em ofício a Lula nesta terça-feira

Zema não foi recebido por Lula
O chefe do Executivo estadual voltou ao Brasil depois de ter passado 18 dias em missão oficial na Ásia e tem priorizado as articulações para sanar o rombo nas contas. Na segunda-feira, ele acompanhou o evento “Brasil Pela Igualdade”, que ocorreu no Palácio do Planalto. Ao fim, sem hora marcada, Zema tentou se reunir com Lula, mas não foi recebido. Ele conseguiu, no entanto, uma conversa com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Hoje, Zema terá uma agenda com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o próprio Rodrigo Pacheco. A proposta do governador enfrenta forte resistência popular por congelar, no período de nove anos, os reajustes salariais de servidores públicos e privatizar as estatais.

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