Sem Kalil, prefeito de Belo Horizonte anuncia pré-candidatura à reeleição
Após superar resistência dentro do PSD, Fuad Noman manifestou interesse público em disputar o pleito
O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), anunciou nesta segunda-feira sua pré-candidatura à reeleição em evento na capital. Na solenidade, estiveram presentes caciques do PSD, como o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) e o presidente nacional, Gilberto Kassab. Uma ausência, todavia, chamou atenção: a do ex-prefeito Alexandre Kalil, com quem Fuad compôs chapa nas eleições passadas.
— Coloco meu nome à disposição do meu partido, o PSD, para disputar uma nova eleição e, se for a vontade do povo, continuar no comando de Belo Horizonte por mais quatro anos. Nesta pré-campanha, compromisso que assumimos hoje, quero construir com meus parceiros de partido um programa de governo que faça com que Belo Horizonte avance ainda mais — disse o prefeito.
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O lançamento de Fuad Noman ocorre após uma resistência pessoal em se colocar na disputa. Ao longo de 2023, o prefeito fugia de declarações públicas sobre o pleito e apenas em janeiro deste ano começou a dar indícios de que iria concorrer. Em janeiro, Fuad rivalizou com o governador Romeu Zema (Novo) em ao menos dois temas — o carnaval de rua e as chuvas que atingiram a capital.
Segundo articuladores, a estratégia consistia em marcar posição contra o chefe do Executivo mineiro, que representa um grupo opositor neste cenário local.
Em um primeiro momento, a candidatura do prefeito chegou a sofrer resistência, inclusive, dentro de seu próprio partido, o PSD. De um lado, o ex-prefeito Alexandre Kalil defendia sua reeleição, mas a ala mais próxima ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco estava na contramão. Pacheco teria cedido, no entanto, após avaliar que Fuad não seria uma ameaça aos planos em 2026, quando deseja concorrer ao governo do estado.
Ao Globo, o presidente estadual do partido, Cassio Soares, afirmou que o PSD tem "conversas adiantadas" com MDB, União Brasil, PP, Avante e PRD (fusão do Patriota com o PTB), que compõem o secretariado de Fuad e podem participar da chapa à reeleição. A princípio, Fuad já encara que terá que enfrentar nomes do PT, PSOL, PSB, mas não descarta a possibilidade de alianças no segundo turno.