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Candidaturas

Sem ter vencido em nenhuma das principais cidades, PT discute chapa própria ou aliança em capitais

Sigla acelera debate sobre 2024 para retomar espaços após chegada de Lula ao Planalto

PT tem acelerado debates internos sobre a disputa por capitais.PT tem acelerado debates internos sobre a disputa por capitais. - Foto: Sergio Lima/AFP

Restando mais de um ano para o próximo ciclo eleitoral, o PT tem acelerado debates internos sobre a disputa por capitais desde o início do mês, quando estendeu os mandatos de dirigentes municipais, que acabariam neste ano, até junho de 2025. Após não ter emplacado, em 2020, nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde a redemocratização, e de olho em retomar espaços com a chegada de Lula à presidência, o partido trava disputas internas sobre lançar candidaturas próprias ou formar alianças.

Em São Paulo, a manutenção de Laércio Ribeiro como presidente do diretório na capital pode pavimentar o acordo para que o PT apoie o deputado Guilherme Boulos (PSOL). Na dinâmica da sigla, Ribeiro transita mais perto da ala encabeçada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que costurou o apoio a Boulos junto com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

A possibilidade de o PT pela primeira vez não encabeçar uma chapa em São Paulo gera descontentamento interno. Líder do PT na Câmara Municipal, Senival Moura afirmou, na semana passada, que teme a redução da bancada petista. Moura é aliado do deputado federal Jilmar Tatto, que já defendeu a filiação de Boulos ao PT para assegurar sua candidatura, hipótese fora dos planos do deputado do PSOL.

Apoio a Paes

No Rio, onde o PT caminha para uma aliança com o prefeito Eduardo Paes (PSD), a entrada do partido na gestão municipal foi deliberada pelo diretório carioca sob presidência de Tiago Santana, aliado da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). No arranjo interno, Santana fica a meio caminho das posições dos deputados Lindbergh Farias, que prega oposição a Paes e apoio a uma chapa do PSOL, e Washington Quaquá, defensor de acordos mais amplos fora da esquerda.

Santana afirma, porém, que o PT pleiteia a indicação do vice de Paes, tema que será discutido mais à frente. Ele avalia ainda que “se o PT ceder tudo, chegará fraco em 2026”:

— É preciso ampliar o número de prefeitos e vereadores para servir de base para a disputa de 2026. No Rio, nossa sinalização ao Paes se insere no entendimento de que, divididos, teríamos mais dificuldade contra o bolsonarismo.

O PT pode apoiar a reeleição de outro prefeito do PSD, Fuad Noman, em Belo Horizonte. A aliança depende da conciliação de diferentes alas da sigla e da disposição do antecessor de Fuad, Alexandre Kalil, em abraçar o antigo vice. Kalil renunciou à prefeitura em 2022 para disputar o governo e, no processo, se aproximou de correntes petistas que rivalizam com o ex-governador Fernando Pimentel (PT), ainda influente na capital. A relação com Fuad, por sua vez, esfriou.

Em Salvador, o diretório apresentou, no início do mês, três postulantes à prefeitura: o deputado estadual Robinson Almeida, a socióloga Vilma Reis e a presidente da Funarte, Maria Marighella. Partidos aliados do governador Jerônimo Rodrigues (PT), como MDB e PSD, pleiteiam o apoio petista na capital baiana.

Influente no MDB da Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima ironizou o debate do PT sobre candidatura própria e afirmou, numa rede social, que “deveriam incluir a major também” — referindo-se a Denice Santiago, major da Polícia Militar que concorreu pelo partido em 2020, sem sucesso.

A candidatura de Denice foi articulada pelo então governador Rui Costa (PT), atropelando a instância municipal. Costa, segundo aliados, tem manifestado preferência por repetir a estratégia em 2024 e abrigar no PT um quadro “forasteiro”. O favorito é o presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), José Trindade .

Já em Fortaleza e Porto Alegre, o PT sinaliza para candidatura própria. Na capital gaúcha, o atual presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, é cotado como cabeça de chapa numa composição com o PSOL. Outros grupos, porém, defendem um diálogo com siglas como o PCdoB, da ex-deputada Manuela D’Ávila, ou preferem o ex-governador Olívio Dutra (PT).

Em Fortaleza, por conta do racha entre PDT e PT na última eleição, uma candidatura petista contra o atual prefeito Sarto Nogueira (PDT) é dada como certa. A deputada federal e ex-prefeita Luizianne Lins (PT) já se movimenta para entrar na disputa, antevendo uma possível queda de braço com o líder do partido na Câmara, José Guimarães.

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