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Monitoramento

Senado convida ex-diretor-geral da Abin para explicar esquema de espionagem

Comissão de Segurança Pública aprovou requerimento que diz caso "é afronta ao Estado Democrático de Direito"

Alexandre RamagemAlexandre Ramagem - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou nesta terça-feira (21) um convite para que o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), explique o esquema de espionagem revelado pelo jornal O Globo. O requerimento de convite é de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO)

– Os fatos noticiados são gravíssimos, pois a gestão de Jair Bolsonaro pode ter usado essa ferramenta para espionar desafetos e adversários políticos. Isso é uma afronta ao Estado Democrático de Direito – afirma o requerimento.

O jornal revelou na semana passada que durante os três primeiros meses do governo do ex-presidente mostrou, a Abin utilizou, sem autorização legal, o programa “FirstMile”, que permite a geolocalização de alvos por meio do número de celular. Na época, a agência era comandada por Ramagem, aliado próximo de Bolsonaro e dos filhos.

Ramagem saiu do cargo na Abin no ano passado para concorrer a deputado federal, pelo qual foi eleito pelo mesmo partido do ex-presidente.

Os únicos a se manifestarem contra o requerimento foram os senadores Sergio Moro (União-PR) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS).

– Considero não pertinente a comissão convocar Ramagem para esse assunto, considero pertinente a Comissão de Controle das Atividades de Inteligência, é um assunto que exige grau de sigilo, que só aquela comissão dispõe – declarou Mourão, que foi vice-presidente de Bolsonaro.

Moro, que tem histórico de idas e vindas em relação ao apoio a Bolsonaro, seguiu o mesmo raciocínio de Mourão e disse que Ramagem deveria depor a outra comissão, que ainda não foi instalada.

– Pelo mesmo motivo do senador Hamilton Mourão, compreendo que temos que ouvi-lo, há uma questão importante a ser esclarecida, mas a comissão tem que ser a supervisão da atividade de inteligência – declarou o parlamentar.

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