Senado convoca Pazuello a explicar não uso de milhões de testes para Covid-19
A participação de Pazuello em uma audiência pública da comissão já estava previamente agendada para o dia 7 de dezembro
A comissão mista do Congresso que acompanha as ações de combate à pandemia do novo coronavírus aprovou nesta terça-feira (24) convite para que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explique as reuniões com laboratórios clínicos que desenvolvem vacinas contra a Covid-19.
Os senadores também aprovaram outro requerimento que requer explicações do ministério a respeito da notícia de que o governo federal não repassou ainda para estados e municípios 6,86 milhões de testes para diagnóstico do coronavírus, que terão seu prazo de validade vencido entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.
A participação de Pazuello em uma audiência pública da comissão já estava previamente agendada para o dia 7 de dezembro. Esse encontro, no entanto, teria o objetivo de fazer um balanço das ações do ministério da Saúde Com a aprovação do novo requerimento -de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), o presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO), acredita que a participação do ministro da Saúde pode ser antecipada.
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"Nós temos notícias variadas sobre vacinas. Inclusive uma, que eu acho que torna relevante o requerimento ser aprovado, é que a Inglaterra pretende iniciar a vacinação em dezembro. Dezembro é logo ali. E é exatamente a vacina objeto de, digamos, negociação com a Fiocruz e com o governo brasileiro", afirma o autor do requerimento.
Na semana passada, o Ministério da Saúde manteve reuniões com cinco laboratórios que desenvolvem vacinas contra o novo coronavírus. No domingo (22), por meio de nota, a pasta informou que deve assinar cartas de intenção com cinco laboratórios envolvidos no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. São eles Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) e Moderna.
Essa roda de conversas com as empresas não inclui o laboratório chinês Sinovac, responsável pela vacina Coronavac e objeto de disputa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A Sinovac e o Instituto Butantan assinaram um acordo de parceria para testar e produzir a vacina no Brasil.
Em relação aos testes para detectar o coronavírus que vão vencer, os exames são do tipo RT-PCR, considerados como padrão-ouro para diagnóstico, e estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos (Grande SP) sem terem sido distribuídos para a rede pública.
Relatórios do Ministério da Saúde confirmam a existência de 7,1 milhões de testes em estoque e o prazo de validade dos produtos. Além dos 6,86 milhões que vencem até janeiro, a pasta tem 212.900 testes que vencem em fevereiro e 70.800 que vencem em março.