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Senado vota indicação de novo diretor da Abin após dois meses de espera

Presidente da Comissão de Relações Exteriores resistia a fazer a votação por discordar do escolhido para ser 'número 2' da agência

Luiz Fernando Correa, ex-diretor-geral da PF, em foto durante evento em 2019 Luiz Fernando Correa, ex-diretor-geral da PF, em foto durante evento em 2019  - Foto: Leonor Calasans/IEA-USP/Divulgação

A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) do Senado vai votar nesta quinta-feira (4) a indicação de Luiz Fernando Corrêa para comandar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Correa é delegado de Polícia Federal e foi escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo há dois meses. Para ser confirmado na função, é preciso o aval do Senado.

O presidente da CREDN, senador Renan Calheiros (MDB-AL), resistia a marcar a sabatina porque discordava da escolha para ser diretor-adjunto. O emedebista estava insatisfeito com a decisão que deixou o segundo cargo mais importante da agência nas mãos de Alessandro Moretti, delegado da PF que tem ligações com o bolsonarismo.

Moretti já trabalhou junto com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, além também de já ter sido diretor de Inteligência da Polícia Federal na gestão de Jair Bolsonaro.

O relator da indicação é o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso. O senador já antecipou que dará um parecer favorável a Correa.

O indicado já tem experiência em trabalhar junto com governos do PT. Ele já foi diretor-geral da PF e comandou a Secretaria Nacional de Segurança Pública durante os mandatos anteriores de Lula.
 

Durante a sabatina, o indicado para chefiar a Abin terá que esclarecer alguns problemas envolvendo a agência. Um deles envolve um esquema de monitoramento revelado pelo Globo em março. Reportagem do jornal mostrou que durante os três primeiros meses do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Abin utilizou, sem autorização legal, o programa “FirstMile”, que permite a geolocalização de alvos por meio do número de celular.

O caso provocou questionamentos dentro na própria Abin, visto que a agência não possui autorização legal para acessar dados privado e motivou a abertura de investigação interna.

O escolhido por Lula para chefiar a Abin também terá que lidar perguntas envolvendo os ataques golpistas do dia 8 de janeiro. Senadores, principalmente da oposição, tem questionado sobre os alertas emitidos pela agência em relação ao risco de radicalização das manifestações.

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