Senador do partido de Ricardo Nunes apoia Boulos na eleição para a prefeitura de São Paulo
Alexandre Giordano foi filiado ao PSL e coleciona polêmicas em sua trajetória
O senador Alexandre Giordano, do MDB, ignorou a candidatura de Ricardo Nunes, seu colega de partido, e decidiu apoiar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) na eleição para a prefeitura de São Paulo.
O empresário, que assumiu a vaga do senador Major Olímpio, morto em março de 2021 em decorrência da Covid-19, já foi filiado ao mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e coleciona polêmicas em sua trajetória.
Giordano chegou a se lançar candidato e defender a realização de prévias no partido contra o prefeito Ricardo Nunes, mas foi convencido pelo ex-presidente Michel Temer a não seguir com a ideia.
A decisão de apoiar Boulos já havia sido anunciada pelo próprio senador em maio do ano passado, numa entrevista ao podcast Política Real, na qual ele contou foi convencido pelos "seus ideais políticos" de que Boulos seria a melhor opção para prefeito de São Paulo.
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Na entrevista, Giordano relatou uma relação distante com a gestão Nunes e acusou o prefeito de não seguir com o projeto de seu antecessor, Bruno Covas (1980-2021), discurso que é endossado por Boulos e pela também pré-candidata à prefeitura Tabata Amaral (PSB). Além disso, o senador expressou desconforto com o fato de o prefeito ter declarado publicamente não o conhecer.
Apesar de o posicionamento de Giordano ter desagradado a cúpula do MDB, não há, até o momento, nenhum processo de expulsão contra o senador.
Giordano é visto pela equipe de Boulos como um simples apoiador que não deve ocupar cargos ou receber destaque na campanha — até mesmo pelo seu histórico de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ele tem ido por conta própria em algumas agendas do líder sem-teto, como a cerimônia de filiação da ex-prefeita Marta Suplicy ao PT no mês passado, onde sequer teve seu nome anunciado.
Giordano iniciou sua trajetória política após receber um convite de Major Olímpio, de quem era amigo, para ocupar o cargo de primeiro suplente na chapa ao Senado pelo PSL, então partido de Bolsonaro. Antes de se filiar ao PSL, ele esteve vinculado ao PSDB entre 2016 e 2017, mas não se candidatou durante esse período.
Uma reportagem do GLOBO de 2019 revelou que Giordano esteve envolvido em um escândalo relacionado à compra de energia excedente de Itaipu.
O empresário viajou para o Paraguai para participar de uma reunião na Ande, a Eletrobras paraguaia, e tratar da compra de energia excedente de Itaipu.
Na ocasião, apresentou-se como “senador”. O encontro ocorreu na mesma época em que era finalizado o novo acordo entre Brasil e Paraguai sobre Itaipu. Giordano negou ter se valido de conexões políticas para facilitar os negócios no Paraguai. E afirmou ser natural que após encontros comerciais as pessoas busquem na internet referências das outras presentes.