Senador pede ao Coaf movimentação financeira internacional de Mauro Cid e de seu irmão
Kajuru (PSB-GO) quer acesso às contas bancárias no Brasil e no exterior do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
O senador Kajuru (PSB-GO) quer pedir ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) as informações sobre as movimentações financeiras do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e de seu irmão Daniel Cid. O parlamentar protocolou nesta terça-feira (20) o requerimento para que essa solicitação seja aceita pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
As investigações sobre o ex-ajudante de ordens e sua família passam por três situações diferentes: suspeita de falsificação de dados de vacinação de Bolsonaro; envolvimento no caso das joias da Arábia Saudita e a minuta de golpe encontrada em seu celular.
Mauro Cid foi preso por suspeita de inserção de dados falsos sobre vacinação de Covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. Homem de confiança do ex-mandatário, Cid também é investigado sobre as joias dadas pelo governo da Arábia Saudita a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Cid teve envolvimento direto com as tentativas do governo Bolsonaro de reaver as joias apreendidas pela Receita em outubro de 2021. Depois de três tentativas frustradas de liberar as peças, o Planalto tentou uma última cartada em 29 de dezembro de 2022, a dois dias do fim do mandato de Bolsonaro. Naquela data, o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva, um funcionário da Presidência, foi enviado a Guarulhos em uma viagem de urgência em voo da Força Aérea Brasileira (FAB).
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Por fim, segundo a revista Veja, o celular do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, tinha mensagens e documentos que revelam uma trama para dar um golpe de estado, afastar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e colocar o país sob intervenção militar.
O pedido de Kajuru para Mauro e Daniel inclui transações internacionais no período compreendido entre o dia 31 de outubro de 2022 até 31 de maio de 2023. O requerimento do parlamentar precisa ser pautado e aprovado pelo colegiado antes de chegar ao COAF.
—A transparência exige isso de pessoas que não são confiáveis—disse Kajuru ao Globo.
Aprovados
Nessa terça-feira (20), a CPI aprovou o pedido ao STF a íntegra dos inquéritos golpistas. Esses inquéritos foram abertos pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no dia 23 de janeiro a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e são os seguintes:
Parlamentares (4917, 4918 e 4919)
Apura as condutas dos deputados federais André Fernandes (PL-CE), Sílvia Waiãpi (PL-AP) e Clarissa Tércio (PP-PE) se referem a postagens, em redes sociais, de incentivo e apoio aos atos.
Financiadores (4920)
Aberto também em janeiro ele apura as condutas dos financiadores dos atos antidemocráticos e busca saber quem pagou pelas estruturas dos acampamentos em frente aos quartéis e pelo transporte.
Incitadores (4021)
Investiga sobre quem teriam sidos os autores intelectuais dos atos de 8 de janeiro.
Executores (4022)
Apura a atuação das pessoas que estavam na Esplanada dos Ministérios no dia dos atos.
Distrito Federal (4023)
Esse processo apura a atuação do Distrito Federal, responsável pela segurança da praça dos Três Poderes, nos atos. Foi a partir desse processo que Moraes afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha no início do ano.