Política

Senadores entram com representação no MPF e TCU contra cortes na Operação Carro-Pipa

Só em Pernambuco, quase 530 mil pessoas, residentes em 105 municípios do Estado, são atendidas pelo programa da União

Foto: Agência Brasil

Um grupo de senadores entrou com representações no Ministério Público Federal (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) contra o corte de verbas que foi realizado pelo Governo Federal da Operação Carro-Pipa. O programa foi criado para levar água para famílias que residem no semiárido nordestino há mais de 20 anos. Só em Pernambuco, quase 530 mil pessoas, residentes em 105 municípios do Estado, são atendidas pelo programa da União. Em todo a região Nordeste, são mais de 1,6 milhão de pessoas que estão com problemas de abastecimento de água.

As duas solicitações foram assinadas pelos senadores Humberto Costa (PT-PE), Paulo Rocha (PT-BA), Jean Paul Prates (PT-RN), Dário Berger (PSB-SC), Jaques Wagner (PT-BA), Fabiano Contarato (PT-ES), Paulo Paim (PT-RS), Rogério Carvalho (PT-SE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Zenaide Maia (Pros-RN).

A Operação Carro-Pipa é financiada graças a recursos oriundos do Exército e do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Ambos confirmaram que o motivo da suspensão foi a falta de verbas para dar prosseguimento. "Queremos obrigar que o governo arrume um jeito de cumprir a responsabilidade da entrega da água que depende de carro-pipa. É inaceitável, em um período como este, com o verão à porta, os grandes projetos de abastecimento não andarem”, criticou o senador Humberto Costa.

Ele disse ainda que o assunto será abordado pelos senadores constantemente de várias formas possíveis. “Vamos cobrar por outas vias, se for necessário. Água é algo crucial. Não pode permanecer deste jeito”, complementou.

O tom foi o mesmo utilizado pela deputada federal Marília Arraes, que também se queixou da situação da Operação Carro-Pipa durante a semana. “Desde o governo de Michel Temer temos visto o corte de verbas e isso tem um impacto impressionante no Nordeste”, disse. “Quando a gente fala em 1 milhão de cisternas, muita gente do Sul e Sudeste não entende, mas é uma questão de sobrevivência para o povo nordestino ter carro-pipa", continuou a deputada federal.

Na representação, os senadores solicitaram ainda que fosse aberta uma investigação sobre os motivos que levaram à suspensão do programa. “Se afigura iminência de morte se essa população seguir desassistida da entrega de água potável, cabendo ponderar que nesse contexto as vulnerabilidades se somam: além do não acesso a bem imprescindível ao viver, há, nesse contingente, crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças graves”, diz o trecho de um dos documentos.

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