Senadores são cobrados para estarem presentes na tragédia do Rio Grande do Sul
Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Paulo Paim (PT-RS) e Ireneu Orth (PP-RS) foram alvo de críticas nas redes sociais pela ausência diante das enchentes que já duram quase um mês no estado
Os senadores Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Paulo Paim (PT-RS) e Ireneu Orth (PP-RS) foram alvo de críticas nas redes sociais pela ausência no Rio Grande do Sul diante das enchentes que já duram quase um mês no estado.
Sem rebater os comentários, apenas Orth, que está como suplente de Luis Carlos Heinze (PP-RS), compartilhou ter ido ao Sul nesta semana para tratar de ações voltadas aos produtores rurais e empresários.
Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (24), Paim chegou a afirmar que, por ter uma casa em uma área que não alagou em Canoas, a presença no Rio Grande do Sul seria mais confortável do que o trabalho em Brasília.
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O parlamentar também disse, sem especificar a data, que pegou o último voo de Porto Alegre a Brasília para trabalhar na comissão de apoio ao Estado estabelecida pelo Senado.
"O objetivo desta comissão é ações legislativas em prol do Rio Grande do Sul, sugerir projetos, avançar nos projetos, que já estão tramitando na casa, todos na linha de atender o Rio Grande, acompanhar efetivamente o efeito desse projeto e o resultado que ele tem que dar, aprovar propostas que venham do executivo, aprimorar, se for necessário, naturalmente, como eu fiz na questão da dívida ", disse em entrevista ao programa Timeline.
Mourão alega idade avançada
No mesmo programa, o senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) afirmou que ficar se deslocando de "ponto A para ponto B" para atuar na linha de frente para dar apoio às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul seria "desvio de função" de como um senador deveria atuar ante a calamidade. Nas redes, o parlamentar foi criticado pelas justificativas dadas para não atuar "no meio da água" em resgates.
"O que um senador da república pode fazer? Encaminhar recursos, que é o que estou fazendo ", afirmou Mourão, em entrevista a programa da Zero Hora.
"Vamos lembrar sempre que eu sou um homem de 70 anos de idade. Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água? Tem alguém da minha idade salvando gente? Mas eu não vejo isso como minha função. Eu vejo isso como um desvio de função."
Nas redes, a declaração do senador sobre sua idade interferir em uma atuação mais direta no suporte à população foi contrastada com imagens de figuras públicas idosas que vêm atuando na linha de frente no estado. Entre os nomes, estão o ex-prefeito de Porto Alegre, Olívio Dutra, que aos 82 anos apareceu ajudando na distribuição de marmitas para a população afetada.
Ao ser questionado sobre sua ausência desde o começo da calamidade no estado, Mourão afirmou que a principal forma que um senador pode ajudar diante da situação é direto de Brasília, enquanto quem deve atuar diretamente é o governante ou o vereador. O político ainda afirma que não quer fazer "exploração política" da situação:
"O contato direto com a comunidade é do vereador, ele que é o homem da comunidade. Logo depois, tem o deputado estadual, deputado federal e o senador. Eu tenho uma responsabilidade perante o estado como completo, e não apenas com a comunidade. Eu não gosto de fazer exploração política, de carregar um saco de doação, por exemplo. Isso acaba virando uma visão de exploração política da tragédia das pessoas."
Ireneu Orth visita Passo Fundo (RS)
O senador Ireneu Orth, suplente de Luis Carlos Heinze (PP-RS), que está afastado por questões médicas, também tem sido alvo de críticas nas redes sociais.
Sem rebater os comentários, nesta sexta-feira (24), o parlamentar compartilhou nas redes sociais que esteve na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, para realizar diligências sobre as ações que estão sendo desenvolvidas no estado.
Em visita á Acisa Passo Fundo, o parlamentar falou sobre o projeto de lei de sua autoria, que sugere que recursos do fundo eleitoral sejam destinados para auxiliar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. O PL propõe transferir 2,2 bilhões de reais do fundo eleitoral deste ano para a reconstrução e a recuperação do estado.