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Caso Marielle

Sessão da Câmara em memória a Marielle começa com cobrança por justiça e punição a Brazão

Parlamentares também pediram a desvinculação do trabalho de perícia de crimes de execução das polícias civis brasileiras

Marielle FrancoMarielle Franco - Foto: Renan Olaz/AFP

A sessão solene em memória à vereadora Marielle Franco e ao motorista Anderson Gomes, ambos assassinados em 2018 no Rio de Janeiro, começou com cobranças por mais esclarecimentos sobre o crime e citação ao deputado Chiquinho Brazão, que terá a sua prisão avaliada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nesta terça-feira. A jornalista Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado que vitimou Marielle e Anderson, compareceu à sessão. O pronunciamento inicial foi feito pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), que presidiu a sessão.

— Há uma renovada esperança de justiça. A cada ano a Câmara tem realizado sessões solenes em memória a este caso e é preciso que não nos acostumemos com a impunidade. Finalmente, ses anos após o crime, chegamos aos mandantes desse crime bárbaro. Talvez, ainda não tenhamos todos os esclarecimentos, mas já demos importantes passos. Marielle nos ensina que a mudança só existe com a união de pessoas. Entre seus algozes está um deputado desta Casa, apontado como mandante de um crime bárbaro. Precisamos de mais respostas sobre as relações criminosas do estado brasileiro. Não é mais possível que polícias e perícias estejam vinculadas na cena do crime, com a desfaçatez de um delegado que participa do crime. A obstrução de justiça está próxima de nós. Esta Casa precisa agir para desvincluar as perícias da atuação daqueles que estão atrelados às milícias — afirmou a parlamentar.

A CCJ fará a leitura do parecer do colegiado sobre a prisão do deputado Chiquinho Brazão, no domingo, por suposto envolvimento no assassinato, às 14h.

O deputado Darci de Mattos (PSD-SC) será o relator. De acordo com membros da CCJ ouvidos pelo Globo, a tendência é de que o texto seja favorável à prisão e a escolha por Darci se deu pelo fato de o parlamentar não se posicionar de maneira extremista.

Darci de Mattos (PSD-SC) afirmou ao Globo ser favorável à manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deteve o parlamentar.

— Sou favorável, sim, à manutenção da decisão. Conversei nesta terça-feira com o líder do PSD na Câmara, Antônio Britto, e consideramos as provas existentes suficientes. Ainda estamos finalizando o texto que será lido nesta terça na CCJ, mas em princípio, somos favoráveis à decisão — disse Mattos.

No domingo, além de Chiquinho, foram presos o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa. Chiquinho e Domingos foram apontados como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, enquanto Rivaldo teria atuado para acobertá-los.

O parecer é enviado diretamente ao plenário da Câmara para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. A expectativa é de que o plenário da Casa se debruce sobre o tema até quarta, em sessão convocada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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