Silvio Almeida pede que AGU processe deputados bolsonaristas por associá-lo a facção criminosa
Parlamentares do PL associaram o ministro dos Direitos Humanos a facção criminosa durante sessão na Câmara dos deputados em dezembro
O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos) pediu que a Advocacia-Geral da União (AGU) processe os deputados bolsonaristas Marcos Pollon e Gilvan da Federal, ambos por PL, por agressão durante sessão em comissão na Câmara dos Deputados, em dezembro passado. O ofício está sob análise no órgão.
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No dia 5 de dezembro, parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) associaram Almeida a facções criminosas durante sessão conjunta das comissões de Fiscalização e Controle e de Segurança Pública da Câmara. Os questionamentos foram levantados por Marcos Pollon no colegiado:
— Senhor ministro, a relação do senhor com facções criminosas antecede o seu exercício do ministério ou veio após a sua posso no ministério dos Direitos Humanos? O senhor, como advogado, tinha relações anteriores ou essas relações só se derem depois da sua posse como ministro? — perguntou.
Na ocasião, o ministro rebateu o comentário afirmando que iria processá-lo se continuasse com a pergunta "capciosa" e que Pollon seria responsabilizado judicialmente.
Almeida foi convocado para prestar esclarecimentos aos parlamentares após transportar, com recursos do ministério, Luciene Barbosa Farias, conhecida como a "dama do tráfico" de Amazonas, para participar de evento do governo.
A agenda ocorreu no final de novembro, e gerou indignação entre a oposição. Em dezembro, parlamentares bolsonaristas articularam um pedido de abertura de processo de impeachment contra o ministro, que obteve 46 assinaturas.