Eleições 2022

Simone Tebet é a entrevistada desta sexta-feira (26) no Jornal Nacional

A entrevista com a candidata do MDB à presidência da República é a última da série com presidenciáveis na Rede Globo

Candidata Simone Tebet é entrevista pelo Jornal NacionalCandidata Simone Tebet é entrevista pelo Jornal Nacional - Foto: Marcos Serra Lima/G1

A candidata Simone Tebet é quarta e última na série de entrevistas com  presidenciáveis no Jornal Nacional, da Rede Globo. A sabatina, feita pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, dura 40 minutos e aborda temas diversos.

Fisiologismo e corrupção no MDB

O MDB é muito maior que meia dúzia de seus políticos e caciques. É o maior partido do Brasil, o partido que vem da base, da redemocratização. O meu partido é o de Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas, de homens desbravadores, corajosos e éticos. E hoje o meu espelho Pedro Simon, Jarbas Vasconcelos. É este espelho e essa é minha trajetória. Aprendi dentro de casa a ter coragem, espírito público e vontade de servir. O MDB vem da base. É um partido ético, que tem sim uma meia dúzia que esteve envolvido no passado no escândolo do petrolão do PT e que não estão conosco. Aliás, tentaram puxar o meu tapete até pouco tempo atrás. Tivemos que vencer uma maratona. Foram oito candidatos, eu permaneci. Tentaram levar o partido para ex-presidente Lula, judicializaram a minha candidatura, mas a ação foi rejeitada. Impediram-se de mostrar que o partido não é fisiológico.

Polarização

Estamos diante de uma polarização política e ideológica que está tomando conta do Brasil. Essa é a grande realidade. Então, você tem uma polarização que faz com que os partidos ou alguns companheiros sejam cooptados. Em compensação, tenho, por exemplo, muitos dos prefeitos desses estados me apoiando, inclusive o prefeito da maior capital, Porto Alegre, o governador de São Paulo, que vai dar palanque para outros candidatos e já esteve comigo em convenção e que está nos apoiando. Só em São Paulo são 24% da população brasileira. Mas só preciso de um caixote e um microfone. Agora é comigo. Depois dos obstáculos, é hora de me dirigir às pessoas e falar que temos o melhor programa de governo.   .

Mulheres na política

Não é só do meu partido (postura conservadora), são de todos. Eles só cumprem a cota. Eu fui a primeira mulher presidente da Comissão de Combate à Violência contra a Mulher, no Senado, e, entre outras coisas, tem essa violência política. E nós conseguimos avançar agora com 30% de tempo de rádio e televisão para mulher. Isso fez com que pudéssemos aumentar em quase 50% o número de deputadas. Eu fui relatora e virou lei, está na Constituição que os partidos que elegerem negros e mulheres vão contar em dobro para o fundo. É uma escada, tudo na vida é difícil. É dificil ser mulher na vida privada e também na vida pública. Se eu virar presidente, o primeiro projeto será igualidade salarial entre homem e mulher. Mulheres recebem quarenta por cento em relação aos homens. É a prioridade número um em relação à pauta feminina. É contra isso que a gente luta. Não dá para martirizar só o MDB por isso (maioria de homens). Eu tenho um projeto que tem que ter pelos 30 por cento de mulheres nos partidos. Quando isso acontecer, vamos fazer a diferença e mudar esse percentual. Muitas vezes escolhem mulheres-laranja.

Economia

Nós temos a melhor equipe de economistas liberais do Brasil. O eixo do meu govedrno são as pessoas. É inadmissível um país que alimenta o mundo, mas não pode alimentar nossos filhos. Vamos acabar com o orçamento secreto.Vamos ter que estrapolar o teto para cobrir essa transferência de renda. Outra coisa que acho importante é as sequelas da pandemia: déficit na grade curricular e as filas de exames, consultas e cirurgias que vamos resolver. Em dois anos, vamos zerar essa fila do passivo. Um milhão de casas, zerar as filas. Vou governar olhando para o futuro. Orçamento secreto não será resolvido com dialógo, mas com transparência. Quando a gente abre essas contas, acaba com tudo rapidinho. Eu sou relatora de um projeto e temos uma meta de erradicar a miséria em quatro anos. Esse projeto depende de reforma tributária e o Brasil voltar a crescer. Não será só transferência de renda, não só dando o peixe, mas ensinando a pescar. A educação é nossa responsabilidade, também. Vamos cuidar da primeira infância, com o Fundeb. Eu quero o povo cidadão não se  faz isso sem educação. 

Imposto de renda

Temos três reformas tributaárias, mas a mais importante é a do consumo. Quem mais paga é o pobre. A reforma mais emergente, e não foi votada porque o presidente não quis, mexe exatamente com isso. Vai gerar mais emprego e renda. O consumidor pobre vai comprar, e o imposto será devolvido no CAD único dele. Temos que tirar os mais pobres e incluir os mais ricos. A gente mexe na tabela à medida que tiramos dos ricos. É uma lei Robin Wood. Alcançar o máximo possível a classe média, isentar essas faixas. Nossos econmistas estão colocando tudo no papel. Vamos mexer na tabela. Temos um governo que não planeja nada (Bolsonaro) e, com isso, o dinheiro fica solto e cada um puxa um pouquinho. Tem que se eleger prioridades.

Educação

O ensino médio na nossa gestão deu um salto para o terceiro lugar no IDEB. Fui uma das primeiras do Brasil a pagar o piso salarial dos professores. Hoje avançamos no ensino básico, precisamos melhor o fundamental para garantir um ensino de qualidade. Só a educação de qualidade salva o povo brasileiro. Não tem trabalho, quem não tem qualificação. Isso garante aluguel, lazer e dá esperança às pessoas. Se nós não prepararmos o país para o futuro, não teremos filhos cidadãos. É disso que o Brasil está precisando. Quem está aqui não é a senadora, deputado ou prefeita, é o coração de uma mãe que não aguenta mais ver o que está nas ruas. Hoje, a gente retrocedeu nos índices sociais, porque o PT e o governo atual não fizeram o que deviam.

Experiência como prefeita

Se eu pudesse fazer alguma alteração na Constituição para o futuro e não para agora, para não dizerem que estou legislando em causa própria, eu gostaria muito que os presidentes da República tivessem a experiência de terem sido prefeitos. Nada muda mais a vida das pessoas, nada aproxima mais, nada dar mais experiência a um homem púlbico do que ser prefeito. O cidadão sabe onde você mora, sabe onde você estar e, se bobear, sabe o remédio que você toma.    

Segurança Pública

Eu sou de um estado de fronteira. Não dá para comparar com os outros. As drogas e armas que iam para o Rio de Janeiro vinham do meu estado. E eles deixavam um rastro de violência lá. Vamos criar o Ministério Nacional de Segurança Pública, colocando um bom ministro para, ao lado dos governadores, combater o crime organizado.

Seguro para informais

É uma espécie de FGTS para os informais que estão na Auxilio Brasil e já tem valores. Ele (o trabalhador informal) vai dizer o quanto ganha na informalidade e nós vamos depositar mais 15% dessa renda para ele. É uma forma de garantir que, em algum momento, ele possa, excepcionalmente, levantar. Não para efeito de previdência, mas de sobrevivência,para ele não passar mais necessidades. Os economistas que estão fazendo isso estão sendo muito rigorosos, porque se você não aplica bem o dinheiro, se gasta mais do que tem, isso vai bater na inflação do preço da comida. Quem vai pagar a conta é o mais pobre. Vamos abrir os cem anos de sigilo do presidente, acabar com o cartão corporativo e os supersalários. É gradual, a gente sabe. Eu dormi sete anos dentro do Senado Federal. Eu sei que não é fácil, mas vamos conseguir.

Considerações finais

Eu quero ser presidente da República  porque o Brasil precisa seguir um caminho diferente. Não é possível continuar como está. O Brasil precisa de união, de amor e de cuidados verdadeiros. Nós vamos colocar as pessoas em primeiro lugar para acabar com a fome e a miséria, porque eu sou mãe, sou professora, sou advogada , tenho experiência, fui prefeita, reeleita e antes fui deputada estadual, vice-governadora e hoje, senadora. Tenho experiência e sou ficha limpa, por isso vou estar todos os dias pedindo autorização para entrar na sua casa, olhar nos seus olhos numa campanha simples, direta para poder falar como vamos apresentar soluções reais  para os problemas reais da população brasileira. Comida mais barata, educação  e saúde de qualidade, emprego e renda. Esse é o nosso compromisso. 

 

 

 

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