Sindicalistas cobram de Lula nomes do Grupo Técnico sobre trabalho
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, foi um dos que demonstraram impaciência com a equipe do presidente eleito
Leia também
• Grupo de economistas da equipe de transição terá primeira conversa sobre PEC com políticos do PT
• Alckmin anuncia mais 61 nomes da equipe de transição
O fato de o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), que coordena a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda não ter anunciado o Grupo Técnico (GT) que discutirá temas trabalhistas tem irritado líderes sindicais.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, foi um dos que demonstraram impaciência. “Já foram nomeados banqueiros, economistas, artistas, jogadores de futebol, mas ninguém para falar de trabalho até o momento”, reclamou Torres.
O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que a equipe de transição deve levar em conta a participação dos trabalhadores na formação do grupo. O líder sindical parabenizou Lula e Alckmin pela amplitude dada à composição da equipe.
Disse, ainda, gostar da condição de frente ampla, mas que quer ver representantes dos trabalhadores e trabalhadoras para construir um governo que leve em consideração o valor do trabalho em posição superior ao valor do mercado. Alckmin disse, na última segunda-feira (14), quando apresentou os nomes de seis grupos técnicos, que hoje (16) vai anunciar outros grupos, mas não adiantou quais serão.
“Como o presidente Lula tem dito, ele quer governar para os que mais precisam. Os que mais precisam são os trabalhadores, que devem estar representados de maneira importante na equipe de transição”, explicou Freitas.
Lula, como adiantou a Folha de S. Paulo, deve indicar representantes das principais centrais sindicais para comandar o grupo técnico do trabalho na equipe de transição, como CUT, Força Sindical, UGT e CTB.
O chamado às centrais marcará o retorno oficial do diálogo do sindicalismo com o Executivo Federal, que foi interrompido desde o início do governo Jair Bolsonaro (PL), que extinguiu o Ministério do Trabalho e depois o recriou para acomodar Onyx Lorenzoni (PL-RS).