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Política

Sob ameaça de reviravolta, MDB pode abrir primeira crise para Pacheco no comando do Senado

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG)O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O bloco que levou Rodrigo Pacheco (DEM-MG) à presidência do Senado enfrenta o primeiro teste de união nesta terça-feira, com a eleição para a Mesa Diretora da Casa.

O MDB, que abandonou a sua candidata Simone Tebet (MDB-MS), pode terminar o dia sem os cargos que haviam sido prometidos em troca do apoio para a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Pacheco foi escolhido nesta segunda-feira (1º) presidente do Senado, com ampla margem de votos, 57 contra 21 de Tebet, que concorreu como candidata avulsa.

Nesta terça-feira, será realizada a segunda reunião preparatória para a escolha das duas vice-presidências e das quatro secretarias, além de suas suplências.

O MDB decidiu abandonar Simone Tebet para negociar com o bloco de Pacheco faltando menos de uma semana da eleição.
 

Na ocasião, o então presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), principal articulador da candidatura de Pacheco, reuniu-se com o comando do MDB e prometeu ao partido a primeira vice-presidência, a Segunda Secretaria da Mesa, além de duas comissões.

O candidato do PSD ao posto de vice-presidente é Lucas Barreto (PSD-AP), parlamentar do mesmo estado de Alcolumbre e muito próximo ao ex-presidente. Barreto está irredutível quanto a ocupar o cargo.

O MDB, por sua vez, tinha total confiança até segunda-feira de que manteria o cargo. Em reunião da bancada, o partido fechou questão em ocupar a vice-presidência.

Após a desistência dos demais candidatos internos, entre eles Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo Bolsonaro no Congresso, saiu como nome da bancada ao posto Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Membros da bancada afirmam que Veneziano vinha articulando nos bastidores a candidatura de Pacheco, mesmo quando a bancada ainda estava com Tebet.

Na ocasião, o líder do MDB, Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou que não se tratava de uma negociata de cargos, mas apenas o respeito à proporcionalidade, na qual as maiores bancadas ocupam os principais cargos da Mesa.

Esse também era o argumento de Braga em dezembro, ao anunciar que o MDB teria candidatura única e que o escolhido da bancada iria contar com o apoio dos demais membros da sigla até o fim da eleição.

Uma das comissões seria a importante CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que depois entrou no radar do próprio Alcolumbre, para assumir após o término de sua presidência.

O principal entrave, no entanto, se dá em torno da primeira vice-presidência também havia sido oferecida ao PSD, segunda maior bancada da Casa -com 11 parlamentares.

Membros da bancada afirmam que o PSD não está disposto a abrir mão do cargo, uma vez que foi uma das primeiras bancadas a endossar a candidatura de Pacheco. Na prática, o partido emprestou o peso de sua bancada para a eleição do candidato do DEM, um partido com apenas cinco senadores.

Pacheco e Alcolumbre tendem a não tomar posição e deixar que a escolha seja feita no plenário, na sessão desta terça-feira. Na prática, a medida favorece o candidato do PSD, que conta com a aliança firmada para a eleição de Pacheco.

Com isso, integrantes do MDB começaram uma ofensiva desesperada e de última hora para conseguir votos para vencer a disputa.

Caso haja racha e rebelião da parte dos derrotados, pode respingar inclusive em outras posições que já estavam definidas. O Senador Irajá (PSD-TO), por exemplo, era nome certo para ocupar a Primeira Secretaria, assim como Rogério Carvalho (PT-SE), o ex-líder do PT, para a Terceira.

Por conta da indefinição na Mesa Diretora, é provável que a escolha para os titulares das comissões não seja definida nesta terça.

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